Greve continua na FUNPAR/HC

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Assembleia Funpar/HC mantém greve e apresenta nova proposta

Trabalhadores reunidos decidem manter a greve e aprovam nova proposta para negociação

Trabalhadores reunidos decidem manter a greve e aprovam nova proposta para negociação

Os funcionários da Funpar/HC em greve desde segunda-feira, recusaram hoje, dia 8, a proposta de reajuste salarial de 5,2% apresentada pela Fundação da Universidade Federal do Paraná. A  paralisação segue por tempo indeterminado.

O índice foi endossado ontem pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), durante audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A proposta previa um retorno às negociações daqui a dois meses, para tentar aproximar a reposição da inflação acumulada no último ano. Durante a audiência, no entanto, o advogado da Funpar, Luiz Antonio Abagge, não garantiu que o resultado dessa futura rodada fosse retroativo ao dia 1º de maio, quando venceu a data-base do funcionalismo da Funpar. “Nossa única promessa hoje é tentar”, declarou ele.

Na assembleia de hoje, a categoria não depositou confiança na promessa de retomada das negociações. “O que o doutor Abagge disse ontem é que eles vão tentar achar dinheiro. Tentar”, ressaltou uma trabalhadora da base que acompanhou a audiência. “Ele é dissimulado. Então, eu prefiro deixar que o juiz do TST [Tribunal Superior do Trabalho] decida do que abaixar a cabeça para ele”, disse a trabalhadora.

Esforço de negociação

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Para preservar o processo de negociação, ainda durante a audiência de ontem, os representantes sindicais em conjunto com os trabalhadores presentes, flexibilizaram a proposta inicial (20,17%) e propuseram 13,17%, referente à inflação acumulada de maio de 2015 a maio de 2016 (9,83%) mais metade das perdas históricas da categoria (3,04%). O Sinditest-PR ainda pediu 13,84% de reajuste no vale-alimentação, baseado em pesquisa de variação de preços do IBGE.

Hoje, a assembleia manteve a reivindicação de reajuste do vale-alimentação, mas reduziu as expectativas da reposição salarial para 12,06%, referente à inflação mais um terço das perdas históricas. Oficio informando esta decisão foi enviado hoje, pelo Sinditest , ä  direção do HC, Funpar e ä Reitoria.

Inflação

No início da audiência de ontem, que durou cerca de quatro horas, o representante do Ministério Público Itacir Luchtemberg acenou que proporia que a Fundação reajustasse os salários ao menos de acordo com a inflação. “É fato que vivemos uma crise, mas nesse momento o mínimo que se espera é que o empregador não queira transferir seus efeitos aos trabalhadores”, pronunciou-se. Ele chegou a citar a definição legal de empregador, que, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é “aquele que assume dos riscos da atividade econômica”.

No decorrer da sessão, porém, Luchtemberg chegou ao que considerou um meio-termo, a proposta de reajuste de 5,2% de imediato e retomada das negociações em dois meses. “A questão já vai estar judicializada daqui a dois meses. Peço um pouco de confiança por parte da categoria no Poder Judiciário e no Ministério Público”, justificou.

A Fundação da Universidade Federal do Paraná repisou o argumento de que não tem dinheiro em caixa no momento para conceder uma reposição maior do que 5,2%. A informação foi contestada pelo Sinditest-PR. “Isso é uma inverdade. A Funpar tem centenas de convênios que compõem o seu cofre,  e não são só com a UFPR e o Hospital de Clínicas. Mas estão tentando induzir o Judiciário e opinião pública a erro”, disse Josimery Matos Paixão, assessora jurídica do Sinditest-PR.

O desembargador Cássio Colombo Filho, que presidiu a sessão, pediu acesso à rubrica de salários da Funpar. “Se eu julgar esse dissídio, eu não vou julgar sem essa informação.”

Atualmente, segundo os cálculos do Sinditest-PR, 60% dos funcionários Funpar/HC recebem menos de dois salários mínimos por mês. Como não dispõe de plano de carreira, a única forma de a categoria obter reajuste salarial é o acordo coletivo anual. Durante a audiência, os trabalhadores chegaram a apresentar os contracheques em juízo.

Revezamento nos setores

Colombo Filho também ordenou um contingente mínimo de trabalhadores Funpar/HC em determinados setores do hospital, como UTIs, pronto-atendimento e nas centrais de materiais e agendamento. De acordo com o desembargador, nesses locais, considerados críticos, o fluxo de trabalho deve ser mantido.

Na assembleia de hoje, os trabalhadores elegeram uma comissão de fiscalização, para garantir que a ordem judicial seja cumprida. De acordo com ela, o Sinditest-PR está sujeito a multa de mil reais por infração comprovada. A multa também se estende a administração do HC, caso verifique-se que trabalhos foram paralisados ou leitos foram fechados por falta de insumos.

 

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