Coordenadoras e coordenadores do Sinditest-PR participaram na última terça-feira (08) de uma reunião com o reitor da UFPR Ricardo Marcelo da Fonseca. Além da apresentação do grupo, pautas específicas das técnicas e dos técnicos administrativos em educação (TAEs) lotados na Universidade e no Complexo Hospital de Clínicas foram protocoladas na ocasião. O mesmo procedimento foi realizado junto às Reitorias das demais instituições da base — UTFPR e Unila.
“Esta pauta simboliza o início de um diálogo. Buscamos, ao final dessa conversa, um consenso maduro”, afirmou o coordenador-geral Antônio Neris.
Confira abaixo os principais encaminhamentos!
Plano de Saúde
Com o cancelamento do convênio do Sindicato pela Unimed, o debate sobre a urgência de um plano de saúde institucional tornou-se prioritário para a categoria. Há anos o Sinditest-PR reivindica esta pauta junto à Reitoria da UFPR, sobretudo para beneficiar aposentados e aposentadas que dependem de atendimento médico privado.
De acordo com o pró-reitor de Gestão de Pessoas Douglas Harmermüller, mudanças recentes na legislação possibilitam, neste momento, a licitação de um possível convênio. Um grupo de trabalho composto pela gestão e por representantes da direção sindical será constituído para análise de viabilidade.
O reitor Ricardo Marcelo também se comprometeu a contatar Marcos Schiefler, reitor da UTFPR, para perguntar sobre um convênio conjunto que contemple as duas instituições. A Universidade Tecnológica já oferece um plano institucional aos seus trabalhadores.
“Essa ligação eu faço hoje mesmo e já pergunto se é possível colocar os nossos servidores dentro da licitação deles. Aí é uma questão jurídica. Vamos ver se nós avançamos”, ressaltou.
Teletrabalho
Segundo o reitor, o período de ambientação do teletrabalho poderá ser estendido em função de mudanças na legislação.
“Existem dúvidas na interpretação de uma norma publicada na semana retrasada que podem afetar o nosso próximo passo. Às vezes, nós temos empecilhos. Está no papel da Comissão fazer a sua postulação, como está no papel da administração colocar os limites da norma”, declarou o dirigente.
Na avaliação da Reitoria, é preciso, nesta etapa, aumentar também o percentual do público-alvo dentro do teletrabalho. “Vamos avançar nisso desde que haja responsabilidade institucional. O teletrabalho pode ser um negócio que pode ajudar a Universidade, mas isso não é para todo mundo. É para muita gente, mas não é para todo mundo”, ponderou.
Creche
Demanda antiga, a reativação da Creche Pipa Encantada foi defendida pela direção do Sindicato. “Pela lei, a creche não é possível. Mas ouvi neste período de presidência da Andifes que esta é uma pauta forte no governo, mas não é uma porta que o reitor abre sozinho”, afirmou Ricardo Marcelo.
Diante do impedimento legal, o coordenador Máximo Dias Colares sugeriu o retorno da creche no formato de Unidade Escola, em parceria com o curso de pedagogia. A direção da Universidade analisará a sugestão.
Casa 1
Durante a reunião, a Reitoria informou que em breve os serviços do Ambulatório dos Funcionários (Casa 1) estarão novamente disponíveis aos servidores e servidoras.
“Fizemos uma licitação, já está contratada e nos próximos três meses trocaremos o telhado e reinauguraremos o espaço. Vamos ampliar os atendimentos e os horários, está tudo sincronizado para que assim que o telhado for trocado esses profissionais cheguem. Hoje temos dificuldade em relação aos exames e estamos buscando resolver esse problema para todas as casas dentro das estruturas da Universidade”, afirmou o pró-reitor Douglas.
Para a diretoria sindical é preciso diferenciar ações de promoção à saúde, como as atividades desempenhadas pela Unidade Escola, do Sistema de Casas. A categoria reivindica o aprimoramento e a ampliação do atendimento especializado nos Ambulatórios. “Não está claro que o que demandamos como atendimento modelo Casa seja o que a gestão tem proposto através da Unidade Escola”, argumentaram os coordenadores.
Eleição para Superintendência do CHC
Na avaliação do Reitor, é possível aperfeiçoar os processos de escolhas de chefias no Complexo Hospital de Clínicas. “A eleição para superintende e também para outros cargos é uma pauta que nós temos que avançar juntos. Podemos tentar negociar com o novo diretor da EBSERH. Inclusive, é um antídoto excelente contra o problema do assédio, que eu sei que é grave, sobretudo dentro do hospital”, disse Ricardo Marcelo.
Já a eleição para Reitoria deve ser debatida, no entendimento do dirigente, de forma estratégica e em termos legais no âmbito do legislativo. “Não existe a menor possibilidade de haver um retrocesso em relação à paridade na nossa Universidade”.
Assédio Moral
A direção do Sinditest-PR reivindica a institucionalização do combate ao assédio moral. Questionada sobre suas ações em relação a este tema, a Reitoria afirmou que a ordem é de tolerância zero para abusos e que produzirá uma cartilha sobre o assunto.
“Ao longo dos últimos anos o Sindicato tem pontuado a necessidade de uma política institucional assertiva de combate ao assédio. Por isso, vemos com descrença que a solução da gestão seja a produção de uma cartilha”, afirmou a coordenadora Elis Regina Ribas.
O Sindicato pleiteia junto ao Conselhos Universitários das três Universidades de sua base a elaboração de uma minuta de resolução sobre assédio moral, visto que esta, infelizmente, ainda é uma prática identificada em todas as bases.
Concurso Público
A necessidade de concurso público para provimento de cargos foi outro tópico pautado pela direção do Sindicato. A coordenadora Márcia Messias questionou a gestão sobre o caso específico do hospital, defendendo a contratação de funcionários RJU. Para o Reitor, a tendência dentro do CHC é que as vagas sejam abertas majoritariamente via EBSERH.
Na Universidade, a realização de um concurso com 5 vagas para cargos D e 15 vagas para nível E foi confirmada pela Progepe. “Ainda não estão definidos quais cargos, mas devem ser para provimento de vagas ainda prometidas na expansão da UFPR para os campi do interior e litoral”, afirmou o pró-reitor Douglas.
Atualização: A portaria conjunta MGI/MEC Nº 29, de 28 de julho de 2023, amplia o limite do quadro de vagas para técnicos administrativos em educação na UFPR, sendo previstas 5 vagas para nível D e 15 nível E. No entanto, não há previsão de quando a Universidade receberá do Ministério os códigos de vaga para efetiva utilização.
A instituição está otimista com o novo governo, mais inclinado para a contratação de servidores RJU.
“Temos visto abertura de vagas em muitos ministérios. Abriu agora na Ciência e Tecnologia, tem um aceno também da abertura de vagas no Ministério da Educação para professores e para técnicos. O servidor técnico sofreu mais que o docente porque houve, inclusive, a extinção de muitas carreiras. Então, significa que quando se aposentar não há uma vacância, você não pode cobrir. Com essa política, nos últimos anos, a gente decresceu o número de servidores técnicos, né? E isso foi uma tragédia e acho que estamos começando a virar o jogo”, frisou o Reitor.
Rádio Universitária
Na pauta protocolada junto à Reitoria, um dos pontos diz respeito à participação do Sindicato na programação da Rádio Universitária, no intuito de ampliar o alcance da divulgação das atividades sindicais. Conforme o Reitor, o governo federal fará em breve novas concessões e a UFPR é uma das instituições interessadas.
“Podemos contar que o Reitor vai lutar pela área da comunicação? Hoje ela está sucateada, com poucos profissionais concursados e muita terceirização. A abertura de uma rádio oficial UFPR é uma ótima notícia, mas ela precisa estar vinculada ao crescimento das contratações RJU para os cargos da área”, pontuou a coordenadora Elis Regina Ribas.
Ricardo Marcelo disse que esta é uma demanda inclusive de sua gestão à frente da Andifes e que, durante o período de transição para o governo Lula, foi formalizada pelo coletivo de reitores.
Outros assuntos
Durante o encontro, outros assuntos como o Mestrado Profissional foram brevemente abordados. Pontos da pauta protocolada que não foram encaminhados serão discutidos nas próximas reuniões.