Nos últimos meses, uma grande mobilização tomou conta do país em defesa das universidades federais.
Servidores técnico-administrativos, docentes e estudantes fortaleceram a luta coletiva para impedir os retrocessos e garantir um futuro digno para a educação brasileira. Uma das principais ameaças ao caráter público e à excelência das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) é o programa Future-se. Apresentado pelo Ministério da Educação (MEC) como única saída, ele propõe repassar a administração das universidades e institutos federais às Organizações Sociais (OS), pessoas jurídicas de direitos privado. Elas ficariam responsáveis por gerenciar o ensino, a pesquisa e até os funcionários das Ifes.
Os retrocessos são vários. Em primeiro lugar, o Future-se fere diretamente a autonomia universitária garantida pela Constituição Federal. As Ifes deixariam de ser protagonistas de seu futuro e ficariam sujeitas às demandas das elites empresariais nacionais e estrangeiras.
Além disso, o programa dilui o tripé ensino-pesquisa-extensão que garante a excelência das Ifes. O Future-se sequer menciona a extensão, deixando claro que o projeto pretendido para as universidades federais não tem nenhum compromisso social.
Não menos preocupantes são as ameaças que o Future-se representa para os direitos trabalhistas dos TAEs, já que ele autoriza a contratação de novos técnicos sem a realização de concursos públicos.
Historicamente, as OS que assumem a gestão de serviços públicos são as principais responsáveis pela precarização do trabalho e pela desvalorização, além de inúmeros casos de corrupção. Diante dessas ameaças, o Sinditest-PR convida os TAEs da Unila para se mobilizarem contra o Future-se. A comunidade universitária já rejeitou o programa em assembleia e, agora, o desafio é pressionar para que outras instâncias da universidade rejeitem também.
Em breve, o Conselho Universitário (CONSUN) da Unila se reunirá para avaliar o Future-se. A mobilização de todos é importante para garantir esse importante passo na defesa da nossa universidade.
Fonte: Sinditest-PR