A Funpar, representada pelo advogado Luiz Antonio Abagge, apresentou contraproposta de 1,69% de reajuste para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2018/2019 da categoria, que foi rechaçada pela comissão obreira em reunião realizada na manhã desta segunda-feira (28), na sede administrativa do Sinditest. “Eu espero que vocês estejam sem graça de vir aqui e oferecer somente a reposição da inflação. Fala-se muito em humanização dentro do Hospital de Clínicas, mas essa proposta chega a ser desumana”, disse a coordenadora de Administração e Finanças do Sindicato, Mariane Siqueira. A reunião não foi encerrada e terá continuidade nesta terça-feira (29), no gabinete da Reitoria da UFPR, às 14h.
Mariane acrescentou ainda que ficava nítido que a contraproposta, correspondente ao índice do INPC deste ano, foi formulada somente pela Funpar, sem participação da Reitoria e do Hospital de Clínicas. “A primeira coisa para a gente avançar é que uma resposta única venha dos três setores em conjunto. Nós estamos negociando com os três.”
O chefe de gabinete da Reitoria, Paulo Opuska, se comprometeu a conversar com a superintendente do HC, Claudete Reggiani, e estender a discussão para a reunião de terça à tarde. Não estava presente ao encontro nenhum(a) representante do Hospital de Clínicas.
Trabalhadoras integrantes da comissão obreira de negociação do ACT deixaram claro que a categoria não vai aceitar somente a reposição da inflação. “Não venham com esse papo de que o HC está em frangalhos, porque nós não vamos engolir. Tem reforma no Hospital adoidado. Todo mês entram R$ 8 milhões do REHUF, da Secretaria Municipal de Saúde e do Ministério Público. Se não tem dinheiro é porque não estão sabendo administrar”, afirmou a trabalhadora Juçara Oliveira.
A funpariana Josiane também expressou sua indignação diante da proposta patronal. “Quando nós fazemos greve vem o Abagge e diz que nós não podemos parar, porque senão o HC inteiro para. Só temos valor quando paramos. Porque vocês não estão nos valorizando com uma oferta vergonhosa dessas.” A coordenadora de Aposentados e Pensionista Maria Aparecida Oliveira relembrou que os salários da Funpar são tão baixos que muitos(as) trabalhadores(as) se aposentam, com problemas de saúde, e têm de permanecer na ativa, porque a aposentadoria é miserável.
Praticamente 90% das pautas sociais foram negadas pela Funpar. O chefe de gabinete da Reitoria pediu que a contraproposta não fosse levada para votação da categoria em assembleia antes da continuidade da reunião.