Técnicas e técnicos-administrativos em educação lotados no Complexo Hospital de Clínicas e na UFPR encaminharam, em assembleia virtual realizada ontem (15), pela adesão da categoria da enfermagem à paralisação do dia 21 de setembro, próxima quarta-feira. A ação, que está sendo convocada em todo o Brasil pelo Fórum Nacional da Enfermagem, foi aprovada por unanimidade pelos participantes, que entendem a urgência da mobilização frente à suspensão pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso da Lei 14.434/2022, que versa sobre o piso salarial de enfermeiras e enfermeiros, técnicas e técnicos de enfermagem, auxiliares e parteiras.
“Vamos panfletar, construir um ato em frente ao CHC e tendo a confirmação do protesto na Boca Maldita ou em frente à praça do Hospital Evangélico, podemos, a depender de como for a organização de todos os sindicatos, organizar um ônibus para que possamos nos somar a essa manifestação conjunta. Esta paralisação é muito importante para que a gente mostre a insatisfação dos profissionais da enfermagem e pressione o STF”, afirmou o coordenador sindical Marcello Locatelli.
Primeiro ponto discutido, a contextualização da luta pelo piso foi feita por Máximo Dias Colares, coordenador do Sinditest-PR e enfermeiro lotado na UFPR. De acordo com o dirigente, esta é uma reivindicação histórica da categoria, assim como a jornada flexibilizada de 30 horas. Ele relatou que o primeiro ato convocado em resposta à liminar do STF, realizado no dia 9 de setembro, mobilizou, apenas em Curitiba, mais de três mil pessoas, que foram apoiadas, ao longo de todo o trajeto da marcha, pela população. A expectativa é que o próximo protesto seja ainda maior, visto a intensa articulação das entidades representativas.
“Com a pandemia, a questão da valorização dos profissionais de saúde ganhou um peso maior na sociedade. A mobilização da enfermagem pressionando os parlamentares, o governo e a sociedade civil e também o fator eleitoral foram outras questões que ajudaram na tramitação do piso. Pouquíssimos deputados votaram contra, com exceção de toda a bancada do partido NOVO, de Eduardo Bolsonaro e de Ricardo Barros, deputado do estado do Paraná líder do governo na Câmara. Vale lembrar que o presidente Bolsonaro vetou o reajuste anual do piso pelo índice INPC, uma medida que vai prejudicar principalmente os funcionários públicos, que não dispõem de data-base”, explicou.
Todos os profissionais da enfermagem da Universidade lotados fora do CHC também podem aderir e participar desse dia de paralisação. As chefias, bem como a Superintendência e a Reitoria, serão notificadas sobre a suspensão, por 24 horas, das atividades. Para a técnica Soraia Gilber, é preciso aproveitar a conjuntura para pressionar, de modo enfático, Jair Bolsonaro.
“O presidente assinou o piso da enfermagem, a gente sabe que foi para fins eleitoreiros, mas temos que pegar essa brecha e exigir que na rede EBSERH o piso seja colocado automaticamente, já que ele assinou. Precisamos aproveitar esse momento político de campanha pra dizer isso bem claramente, para que ele honre a canetada e estabeleça como exemplo pro Brasil”, sugeriu.
Ela finaliza convocando os colegas a cruzarem os braços pelo futuro da profissão: “Se a enfermagem para, o hospital todo para. Sem o enfermeiro o hospital não existe”.
O Sinditest-PR comunicará em breve o horário e local das manifestações. Clique aqui e confira o ofício enviado à Reitoria e para a Superintendência do Hospital de Clínicas.