Em abril, ato quer construir alternativa à atual polarização do país

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Servidores da UFPR aprovaram em assembleia na manhã desta quarta-feira, 23, a adesão a um ato político que acontecerá no dia 1º de abril, puxado pela CSP-Conlutas, central sindical à qual o Sinditest-PR é filiado. Prevista para todos os estados do Brasil, a manifestação pretende ser uma resposta à atual polarização política do país.

“Nós não queremos que haja um golpe de direita, mas também não queremos que o governo do PT continue atacando a classe trabalhadora”, resumiu a diretora do Sinditest-PR Mariane Siqueira. “Nós não devemos ir nem nos atos verde-amarelos nem nos atos vermelhos convocados pelo governo. Precisamos construir um terceiro campo, uma alternativa da classe trabalhadora. Nem PSDB, nem PT. Nem Aécio, nem Temer, nem Lula. Fora todos eles”, completou.

Para tanto, a manifestação vai defender a convocação de novas eleições gerais.

A data escolhida tem um peso simbólico. “É um ato contra as mentiras dos governos, de todos os governos”, explica José Carlos de Assis, coordenador-geral do sindicato. “Aqui no Paraná, será um ato contra as mentiras da Dilma, mas também contra as mentiras do Beto Richa.”

Em Curitiba, a concentração acontece na Praça Santos Andrade, a partir das 10 horas da manhã.

Conjuntura política

Na assembleia, houve duras críticas ao governo federal, mas também ao processo da Operação Lava-Jato, conduzido pelo juiz Sérgio Moro.

Para Mariane Siqueira, os chamados atos “pró-democracia” são na verdade manifestações que tentam blindar o governo federal, a presidente Dilma e o ex-presidente Lula.

“Nós sabemos que a corrupção no Brasil é antiga, não importa se o partido no governo tem bandeira vermelha ou azul. Mas também sabemos que os ataques à classe trabalhadora não são de hoje, e um dos governos que mais nos atacou foi justamente o do partido que se diz dos trabalhadores”, criticou, definindo como uma das investidas mais recentes a aprovação da Lei Antiterrorismo, de iniciativa do Executivo federal.

“Então, nós sabemos que esse governo é corrupto e fez aliança com a burguesia, mas também não podemos cair no engodo de que Sérgio Moro é o salvador da pátria”, declarou ela.

Evandro Castagna, trabalhador do Hospital de Clínicas, lembrou o arquivamento, pela Justiça Militar, da denúncia oferecida pelo Ministério Público contra os comandantes da chamada “Batalha do Centro Cívico”, no dia 29 de abril, que deixou mais de 200 pessoas feridas. “Eu gostaria de saber qual é a posição do juiz Sérgio Moro sobre esse arquivamento”, pediu ele. “É muito perigoso o que está acontecendo no nosso país, essa atitude de colocar todas as fichas em uma Justiça que nunca entendeu a classe trabalhadora.”

Youssef Ali, diretor do Sinditest-PR, deu um exemplo prático. “Quantas vezes nossas greves já foram judicializadas, e nós perdemos? Vamos apoiar um impeachment orquestrado por esse Judiciário?”, quis saber. “Mas lutar contra isso não quer dizer, em nenhum momento, dar as mãos ao governo. As coisas não são assim tão dicotômicas.”

Situação no HC
A direção do Sinditest-PR tem feito um esforço para reunir em um dossiê todos os problemas vividos cotidianamente por trabalhadores e pacientes do Hospital de Clínicas. Quando a documentação estiver finalizada, deverá ser encaminhada para as instâncias competentes.

Na assembleia desta quarta, foi dada uma prévia do material que diz respeito às relações de trabalho. As principais reclamações dos servidores são o ainda confuso controle de jornada e ponto eletrônico, o não recebimento de horas extras pelos trabalhadores do regime jurídico único (RJU), as diferenças dos percentuais de insalubridade para trabalhadores de mesmo regime e que atuam no mesmo setor, o atraso no recebimento dos adicionais de plantões hospitalares (APHs) e a falta de médicos no ambulatório dos servidores.

José Carlos de Assis, coordenador-geral do Sinditest-PR, aproveitou a oportunidade para criticar grupos políticos que têm tentado aliciar trabalhadores da Ebserh para filiá-los à CUT, a central sindical mais alinhada ao Governo Dilma, promovendo uma espécie de racha dentro do HC. “Nós temos que unificar todo mundo dentro desse hospital, todos os trabalhadores, porque os ataques estão vindo de todos os lados”, defendeu.

Plenária da Fasubra

Nesta quarta-feira ainda foram eleitos os delegados que representarão a base do Sinditest-PR na plenária da Fasubra, que acontece na semana que vem, em Brasília. Ao todo, são cinco nomes: dois da UTFPR (campi Medianeira e Dois Vizinhos), um da Unila e dois da UFPR (Curitiba e Setor Litoral). Os três suplentes são da UFPR (campus Jandaia do Sul), UTFPR (Guarapuava) e Unila.

Sandoval Matheus,
Assessoria de Comunicação Social do Sinditest-PR.

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