EBSERH adia contratação de 351 aprovados(as) para o HC

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Alegando falta de verba, a EBSERH adiou para janeiro de 2018 a contratação de 351 aprovados em concurso para atuar no Hospital de Clínicas da UFPR (HC). Os(as) novos(as) trabalhadores(as) foram convocados(as) no dia 24 de agosto, e, segundo o edital, deveriam começar a atuar no dia 2 de outubro. No entanto, na última sexta-feira (8), no meio do feriado, o edital de convocação foi retificado, surpreendendo os(as) aprovados(as) com a notícia de que só começariam a trabalhar – e a receber salário – no ano que vem.

Além de sobrecarregar os(as) trabalhadores(as) que já atuam no HC, o adiamento trouxe inúmeros impactos pessoais para os(as) aprovados(as). “O hospital está defasado em relação ao número de trabalhadores. As condições atuais não são boas, há uma demanda muito grande para pouco funcionário. Pelo lado dos trabalhadores, é prejuízo pelos que ainda não foram chamados e pelos que estão trabalhando. O pessoal que foi convocado está desesperado, porque esperava começar logo. Alguns já até pediram demissão e podem ficar todo esse período sem salário”, conta Máximo Dias Colares, coordenador de Administração e Finanças do Sinditest.

Sem emprego

Vanessa dos Reis pediu exoneração de seu cargo na prefeitura de Colombo, e agora está sem salário até 2018.

Vanessa dos Reis pediu exoneração de seu cargo na prefeitura de Colombo, e agora está sem salário até 2018.

O edital de convocação exigia que, na entrega de documentos, os(as) aprovados(as) comprovassem não ter nenhum vínculo empregatício. A técnica de enfermagem Vanessa dos Reis pediu exoneração de seu cargo na prefeitura de Colombo e, agora, com a notícia do adiamento, ficou sem trabalho. “Não tem como reverter minha exoneração, ela já foi homologada. Tem muita gente na mesma situação que eu, tem mulher grávida que pediu demissão. Como vão arranjar outro emprego até janeiro? Quem vai contratar uma mulher grávida?”, indaga.

Luana de Lima, técnica de enfermagem, se mudou com a família de Joinville, onde pediu a conta do hospital em que trabalhava há 10 anos. “A palavra é decepção. Você muda sua vida, muda sua rotina, muda de cidade, e agora isso.” De Guaratuba, a trabalhadora Simone Raimundi pediu exoneração de seu cargo na prefeitura de Matinhos e se mudou com a família para São José dos Pinhais, na expectativa de começar a trabalhar no HC em outubro. “Até transferi meu filho de escola”, lamenta.

Um grupo de trabalhadores(as) fez um protesto na frente do HC na tarde desta terça-feira (12). O Sinditest solicitou esclarecimentos à superintendência do HC por meio de um ofício. Para tratar do tema e também sobre a greve da EBSERH, aprovada para a partir de 19 de setembro, o Sindicato realizará uma reunião com os(as) trabalhadores(as) nesta sexta-feira (15), às 10h, no auditório do 7º andar no anexo B do Hospital.

Outro lado

A EBSERH afirmou que o adiamento se deu para “adequar cronograma de admissão ao orçamento disponível”. Segundo a direção do HC, a postergação da contratação de 351 pessoas não vai afetar o atendimento na instituição. De 2015 para cá entraram 600 trabalhadores(as) novos(as) no HC, defende a superintendência, e com a renovação do contrato com a prefeitura de Curitiba, a produção foi adequada ao novo contingente. O repasse financeiro do executivo municipal aumentou de R$ 6 milhões para R$ 11,2 milhões mensais, condicionado a metas de atendimento.

“Neste novo contrato nós já ampliamos de 25 mil para 35 mil o número de consultas, fora os outros procedimentos. Nós estávamos preparados para fazer um termo aditivo de aumento da nossa capacidade com a Secretaria de Saúde para a entrada dos funcionários em outubro”, afirmou a superintendente do complexo do HC, Claudette Regianni, à imprensa.

De acordo com ela, com a entrada de 971 novos funcionários(as) em janeiro – 351 que deveriam começar em outubro mais 620 que vão se apresentar em novembro – o HC deve atender com sua capacidade máximo, de 650 leitos – reativando os 230 leitos que não estão em uso.

Para Máximo Dias Colares, coordenador do Sinditest, para além de número e metas, os(as) trabalhadores(as) já estão sobrecarregados(as), o corpo funcional está defasado e o Hospital ainda sofre com falta de materiais básicos.

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