Dossiê e campanha sobre a EBSERH movimentam comunidade no HC

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Nesta manhã de sexta-feira, 10, cinco entidades que representam trabalhadores e estudantes lançaram em conjunto o relatório detalhado sobre o caos que se instaurou no Hospital de Clínicas após a adesão à EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).

O dossiê organizado pelo Fórum de Saúde do Trabalhador faz parte da campanha “A EBSERH está matando o HC”, organizada pelo SINDITEST-PR, APUFPR-SSind, DCE-UFPR, SIMEPAR e SINDYPSI. O balanço apresentado hoje traz depoimentos, dados, fotos e documentos que mostram a precarização das condições de trabalho e dos serviços à população. O relatório será levado ao conhecimento do Ministério Público Federal e ao Ministério Público do Trabalho.

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O enfermeiro e diretor do SINDITEST-PR, Max Colares apontou que há uma falta generalizada de materiais e funcionários no hospital e que os trabalhadores vem sofrendo desde então assédio institucional da empresa. Para Max, falta comprometimento do Conselho Regional de Enfermagem. “O CRM fez uma intervenção ética nas UTIs, acho que deveria fazer em todo o hospital. Como enfermeiro eu faço a pergunta: onde está o COREN?”

Segundo Maria Suely Soares, do sindicato dos docentes (APUFPR), a empresa tem subordinado o ensino, pesquisa e extensão, enfraquecendo o aspecto de hospital escola que o HC sempre teve desde sua fundação, há mais de meio século. “Desde que a EBSERH entrou pesquisa, ensino e extensão foram colocados em segundo plano e agora estão sob controle, o que fere a autonomia da Universidade”, implica.

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Recentemente o reitor Zaki Akel Sobrinho está buscando recursos para o maior hospital público do Paraná por meio da campanha “Anjos do HC” e com apelo midiático e aberto ao governador Beto Richa. A comunidade rechaçou a ação do gestor, que aprovou com violência a EBSERH em 2014. “Nós não queremos esmola, nós temos direito constitucional à verba”, criticou Darlei Rugeir, do sindicato dos médicos (SIMEPAR). “Não somos o balão de ensaio para acabar com a universidade pública”, emendou.

Natálio Oshiro, enfermeira e diretora do SINDITEST-PR apresentou os pontos mais relevantes levantados no dossiê e concluiu: “estão reclamando (a reitoria) que foram enganados pela EBSERH, então com o mesmo rigor que usaram para aprovar ela aqui dentro, que tenham coragem pra desfazer o contrato”.

UFRJ resiste

Ao final da apresentação do relatório de denúncias e de materiais da campanha a professora de enfermagem do departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maria Lúcia Freitas dos Santos, falou sobre a situação do Complexo Hospitalar daquela instituição, o único no país no qual a EBSERH não entrou. “Não seremos a única não, não seremos porque esperamos vocês de volta”, abraçou Maria Lúcia. “Temos que reconhecer que precisamos profissionalizar a gestão, mas isso não significa entregar pra EBSERH”, ressaltou.

Na UFRJ, garantiu a docente, a comunidade acadêmica tem barrado a EBSERH porque faz parte de um projeto político institucional trabalhar pela universidade pública, gratuita e de qualidade. Isso se deveu muito ao fato, segundo Maria Lúcia, de a comunidade ter construído junto uma proposta de universidade nas eleições para a reitoria. “A opção da UFRJ de não aderir é reconhecer em primeiro lugar qual é a função social da Universidade, ela foi criada para atender à sociedade e à soberania de um país e não para cumprir a necessidade do mercado única e exclusivamente”, conscie

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