Diretoria do Sinditest-PR e categoria saem insatisfeitos da audiência de negociação com o Reitor da UFPR

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A categoria e a direção do Sinditest-PR saíram insatisfeitas da audiência de negociação das pautas locais realizada na última sexta-feira (17), com o Reitor Ricardo Marcelo (UFPR), a Vice-Reitora Graciela Ines Bolzon de Muñiz, o Pró-Reitor de Gestão de Pessoas Douglas Ortiz Hamermuller e a Chefe de Gabinete Marinês de Pauli Thomaz. A reunião não venceu integralmente as pautas de reivindicações do Sindicato.

Antonio Neris, coordenador sindical

“Ficou a sensação de que mais uma vez a resolução das pautas locais está sendo ‘empurrada com a barriga’ pela gestão. Por isso, a direção do Sindicato intensificará a mobilização da categoria, para fortalecer a luta e ações pelas pautas locais” afirmou o coordenador Antonio Neris. 

Esta agenda resultou da luta realizada pelo sindicato nos dias 7 e 8 de novembro, com mobilização no Gabinete durante a Paralisação Nacional Unificada dos Servidores Públicos Federais (SPFs).

A reunião ocorreu após a Assembleia Geral realizada no Complexo do Hospital de Clínicas e tratou das pautas locais da Universidade, do CHC e da Ebserh, encaminhadas em ofício à reitoria no começo de agosto. Por solicitação do Sindicato, a audiência foi pública e ocorreu com a participação da base na sala dos Conselhos Superiores da UFPR.

Marcello Locatelli, coordenador sindical

“Estamos aqui mais uma vez em audiência pública para negociação das pautas locais de toda nossa base de representação da UFPR, do CHC e da EBSERH. Os técnicos e técnicas estão muito insatisfeitos com a atual gestão da Universidade, porque a maioria das promessas da última campanha para Reitoria da UFPR não foram cumpridas, mesmo após inúmeras negociações, as pautas não avançaram. Nos últimos anos, tivemos muitos retrocessos nas conquistas locais da categoria e estamos decididos a nos mobilizar para fortalecer a luta pelas nossas reivindicações. Esperamos, em definitivo, que desta vez as negociações resultem em medidas práticas por parte desta Reitoria, para além das promessas”, declarou Marcello Locatelli, coordenador do Sinditest-PR.

Confira os encaminhamentos:

Abertura de concurso para cargos do PCCTAE
Devido a carência de profissionais no Complexo do Hospital de Clínicas e em outras unidades da Universidade, o Sinditest-PR solicitou a realização de concursos públicos para cargos que integram o Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE), sobretudo para técnicos em laboratório, técnicos de nível superior, bem como outros cargos que precisam ser recompostos. De acordo com a Reitoria, a EBSERH é a principal via de entrada de trabalhadores e trabalhadoras no hospital e está com concurso aberto. Os novos profissionais devem iniciar as atividades em fevereiro de 2024. 

“Nesta chamada, a gente pode privilegiar os técnicos em laboratório” afirmou o reitor.

O Sindicato defende que todos os cargos que necessitam de reposição por concurso ocorram, e que o quadro do Regime Jurídico Único (RJU) do CHC seja recomposto via concurso, além disto não aceitaremos cessão de servidores e servidoras RJU para o quadro EBSERH.

 

PGD/Teletrabalho
Foram liberados 276 processos no período de ambientação (período teste) para o teletrabalho, o relatório da Comissão de Implantação do Teletrabalho demonstrou o sucesso desta experiência. Agora, após este período, todas as unidades que possuem atividades compatíveis com o teletrabalho estão com a possibilidade de ingressar com as solicitações no Plano de Gestão por Desempenho-Teletrabalho da UFPR. 

“É importante destacar que está acontecendo um microgerenciamento na Universidade, isto é, a postura de alguns Diretores de Setor é de interferir sobre a autonomia das chefias imediatas, estes simplesmente têm desrespeitado a regulamentação do COPLAD e estão seguindo uma ‘regulamentação’ própria. O Sindicato não aceitará esta postura dos gestores”, explicou o coordenador Marcello Locatelli. 

Sobre este problema, o Reitor se comprometeu a intervir nos casos em que Diretores de Setor estão fazendo a gestão desta maneira, para normalizar conforme Resolução n. 16/2022 do COPLAD.

 

Em relação a implementação do PGD no Complexo do Hospital de Clínicas, a direção sindical endossou a decisão tomada em Assembleia Geral realizada recentemente no hospital.

Wilson Messias, coordenador sindical

“A direção do Sinditest-PR é contrária à realização do teletrabalho no CHC. No entendimento dos trabalhadores, esta não é uma pauta a ser tocada no âmbito do hospital, e nós não abrimos mão das 30 horas”, destacou Wilson Messias, Coordenador do Sinditest-PR. 

 

Avaliação de desempenho
O Sindicato reivindica modificações na Resolução que Regulamenta a Avaliação de Desempenho na UFPR, pois esta está prejudicando a progressão dos TAEs na carreira, além disso defende que as progressões atrasadas injustamente que causaram prejuízos financeiros à categoria sejam pagas retroativamente.

Na última reunião realizada com a Progepe e o Gabinete da Reitoria, o Sindicato exigiu que as modificações nesta Resolução fossem urgentemente pautadas na próxima reunião do Conselho de Planejamento e Administração (COPLAD), considerando a garantia, dada pela Progepe e Reitoria, de que os problemas serão resolvidos com a alteração desta Resolução. No entanto, até o momento desta publicação, a Reitoria ainda não repassou a proposta de modificações que será pautada na próxima sessão do COPLAD.

Elis Ribas, coordenadora sindical

“Nós temos casos sensíveis, que a Progepe e a Reitoria já foram comunicadas, que estão para ser resolvidos com essa mudança. E não são só notas de chefias que faltam, mas também outros problemas pontuais, que esperamos que sejam resolvidos com o novo texto da resolução, para reparar prejuízos que vêm causando aos TAEs”,  pontuou Elis Ribas, coordenadora do Sinditest-PR. 

 

30 horas
Sobre a jornada flexibilizada, a direção sindical propôs à gestão máxima da Universidade uma atitude para viabilizar a jornada flexibilizada de 30 horas semanais em diversas unidades que necessitam deste tipo de atendimento e até o momento não possuem devido ao “capricho” de gestores. O Sindicato defende que diversas unidades da Universidade sejam organizadas de maneira mais eficiente, exemplos são a unificação de coordenações de cursos de graduação, de secretarias de departamentos e que se tenha equipes de técnicos de laboratórios. Assim, será possível avançar na jornada de 30 horas em várias unidades que podem oferecer melhor atendimento ininterruptamente.

Sobre a proposição do Sindicato, o reitor concordou que de fato a criação de secretarias unificadas garantem um arco maior de possibilidades de conceder a jornada flexibilizada de acordo com as normas.  O Sindicato acompanha se este compromisso avançará, porque até o momento a PROGEPE tem sido exageradamente burocrática e os processos não avançam. 

 

Creche Pipa Encantada e Educação Infantil na UFPR

Pauta prioritária entre a categoria, para a direção Sindical a gestão da UFPR é responsável pelo retrocesso da Creche Pipa Encantada. Durante a reunião, a direção propôs a abertura de uma comissão, grupo de trabalho, entre o Sinditest-PR, a Reitoria e o Setor da Educação, envolvendo docentes que possuem projetos de extensão relacionados à educação infantil, para avançar em uma proposta na instituição. 

Para o Reitor, esta é uma questão a ser tratada com a Prefeitura Municipal de Curitiba, e ainda considera que a Pipa Encantada não cobre a demanda do hospital, em vista do novo quadro de profissionais que entraram pela Ebserh:

“antes a gente tinha um cenário etário diferente, e pelo modo como a casa está, é provável que tenha dificuldade de receber um alvará de funcionamento”, afirmou Ricardo Marcelo.

Na tarde desta quinta-feira (23), o reitor se reuniu com o vice-prefeito Eduardo Pimentel para discutir a implementação de um CMEI para atender a categoria. A superintendente encaminhará ofício sobre a demanda ao município, e a Prefeitura deve avançar na proposta. 

Na avaliação do Sindicato, a Universidade tem capacidade de dar conta desta demanda, afinal a UFPR forma diversos profissionais para a sociedade, é uma questão de vontade política da Reitoria.

“A gestão da Universidade precisa dialogar e olhar para os projetos de extensão de docentes da nossa instituição, os quais apontam soluções para esta demanda”, destacou a coordenadora Elis. 

 

Ambulatório dos Funcionários
Mais um retrocesso na gestão do Reitor Ricardo Marcelo. Os profissionais da saúde que trabalham no Complexo do Hospital de Clínicas relatam uma série de problemas em vista da falta de um ambulatório específico para atender os funcionários do próprio hospital. O atendimento nas Casas não comportam atendimentos de emergência, o que causa sérios riscos aos trabalhadores e trabalhadoras.

“Eu passei muito mal, não me atendenderam e disseram que não podiam me atender. Isso aconteceu dentro do hospital, comigo e com uma estudante”, relatou Cida, técnica que participou da reunião. 

“Eu já presenciei uma colega sofrer um acidente no HC e ter que ir em um outro hospital para ser atendida. Nós estamos falando da necessidade de atendimento de emergência, será que vai dar tempo de ser atendido em outro local? É isso o que a gente reivindica, por favor, não deixe ninguém morrer aqui, sem atendimento”, relatou Sueli, técnica que trabalha no centro cirúrgico. 

“Nós precisamos de atendimento como sempre tivemos na Casa 1, temos que ter o nosso ambulatório e atendimento de emergência, me parece que é essa a discussão que o Sindicato apresentou”, declarou Walter, técnico da base do Sinditest-PR. 

Para o reitor, as Casas, o ambulatório dos funcionários, não tem capacidade para atender este tipo de caso: “de fato, emergência é sempre no UPA”, afirmou Ricardo Marcelo. 

Acerca da situação, a direção do Sinditest-PR cobrou a conclusão da Casa 1, com mais especialidades médicas, e também solicitou uma reunião específica para tratar do tema.

“A gente quer atendimento aos funcionários que precisam da emergência no hospital e que tenhamos acesso às consultas de especialidades com o retorno do Ambulatório. A Universidade optou por ter o sistema Casas, ao invés de plano de saúde, agora não temos Casa nem plano de saúde”, concluiu Messias. 

Entre as soluções propostas pela Superintendente, está a possibilidade de ter serviços de autoregulaçao para atender os funcionários do Hospital, além da realização de teleconsulta. O Sindicato seguirá na luta para avançar nessa pauta, visto que a reitoria “empurra com a barriga” a resolução desta reivindicação.

 

Liberação para atividades sindicais
A direção do Sindicato defende que toda a categoria tenha o direito a participar das atividades sindicais, das assembleias, encontros, lutas e greves sem prejuízo.

“Temos a preocupação de que a categoria possa participar das paralisações e greves sem descontos e ter de fazer reposição de horas, porque temos o direito de lutar por nossas reivindicações e nenhuma gestão da universidade vai nos impedir”, enfatizou Neris.

Ivandenir Pereira, coordenador sindical

“Sobre paralisações e greves, o Sindicato está formalizando ofício ao Reitor nesta audiência informando que defendemos reposição de trabalho represado, como sempre foi feito na UFPR”, declarou o coordenador Ivandenir Pereira.

Além disso, a direção do Sinditest-PR solicitou a liberação esporádica para que diretoras e diretores possam participar de atividades sindicais,  tais como reuniões, atos, assembleias, etc, sem descontos pelas horas dedicadas. Para que as pessoas eleitas possam fazer o trabalhando de organização das lutas da categoria. No entanto, de acordo com a Progepe a portaria do Governo Federal à época de Bolsonaro, determina que a Universidade realize o desconto das horas, para depois discutir a reposição. 

Máximo Colares, coordenador sindical

“Não temos este entendimento como o da PROGEPE, aqui temos a Autonomia da Universidade. Como está posto, inviabiliza boa parte das nossas atividades sindicais, porque a gente é um Sindicato a nível estadual, que tem diversos campus no interior, litoral e três Universidades na base. É muito difícil tocar as atividades que direção sindical propõe, tendo este limitador, inclusive com a necessidade do sindicalista ter que repor as horas da atividade que estava realizando. Na UTFPR, por exemplo, a gente não tem este problema, o que parece é que lá há uma vontade política de permitir que os diretores participem destas atividades e tudo isso respeitando a lei”, enfatizou o coordenador Máximo Dias Colares. 

“Eu acho que é uma demanda justa e que o Sindicato tem que ter sua diretoria sindical disponível para fazer a luta pela categoria, mas das condições normativas, jurídicas, das restrições, portarias, nós temos que ver juntos como a gente avança. O que é mais plausível neste tipo de caso, é antes de cada ato, paralisação, vocês identifiquem onde eu preciso fazer a sensibilização dos gestores”, propôs o reitor.

Plano de saúde
Em agosto deste ano, a direção do Sindicato apresentou proposta à reitoria, para que a UFPR ofereça um Plano de Saúde à comunidade. Nesta última audiência, a direção do Sindicato cobrou o reitor quanto ao prazo para efetivação desta proposta. Diante desta cobrança, o reitor se comprometeu a trabalhar com urgência para proporcionar um Plano de Saúde oferecido pela UFPR.

 

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