Estudantes, professores(as) e trabalhadores(as) protestaram nas ruas de Curitiba no ato unificado do Dia Nacional de Paralisação contra a PEC 55, 11 de novembro. Mais de mil manifestantes se reuniram na manhã de sexta-feira para resistir contra o corte de investimentos nos serviços públicos que atendem à população brasileira.
A base do Sinditest, em greve desde o dia 24 de outubro, se concentrou no pátio da Reitoria da UFPR e rumou para a Praça Santos Andrade, por volta das 10h30. Em frente ao prédio histórico da universidade, os(as) grevistas se uniram a trabalhadores(as) de outras centrais e sindicatos – como Central Sindical e Popular (CSP) Conlutas, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Central Única dos Trabalhadores (CUT) –, ao movimento estudantil e a movimentos sociais, como o CWB Contra Temer.
O protesto tomou a Avenida Marechal Deodoro, ocupando todas as pistas. Revezando-se ao microfone, dirigentes dos sindicatos conscientizavam a população sobre os ataques do governo, que vão afetar a todos, precarizando desde a escola das crianças até o posto de saúde.
A coordenadora de Administração e Finanças do Sinditest, Mariane Siqueira, informou que, além do arrocho fiscal que vai penalizar o povo, o acordo da greve de 2015 da FASUBRA não está sendo cumprido, outra das razões pelas quais a categoria está em greve. Mariane também denunciou a situação caótica em que se encontra o Hospital de Clínicas (HC) da UFPR, fruto da privatização iniciada com a contratação da EBSERH.
Juventude engajada
Secundaristas do Coletivo Autônomo de Organização Secundarista (CAOS) se somaram à base do Sinditest desde o início do ato. Cerca de 10 adolescentes participaram ativamente na comissão de segurança, bloqueando ruas e fazendo agitação.
Recém-chegados de Brasília, os secundaristas deram depoimentos sobre as agressões que sofreram na capital federal. Eles estiveram no Congresso Federal no último dia 9, para mostrarem resistência à PEC 55 e à Medida Provisória (MP) 746, que torna o currículo do Ensino Médio mais técnico e menos reflexivo – com o intuito de formar mão-de-obra acrítica.
“Fomos em um total de 80 estudantes do Paraná. Não nos deixaram entrar na audiência sobre a PEC, então fizemos um cordão humano na frente do Senado, para não deixar ninguém passar. A polícia veio para cima de nós com espuma de pimenta, e funcionários do Congresso enforcaram algumas das meninas com mata-leão”, contou a estudante Luana, aluna do Instituto de Educação do Paraná (IEP).
Ao fim, uma comissão de 40 secundaristas conseguiu entrar na audiência sobre a MP do Ensino Médio, e apesar de terem sido impedidos de falar na tribuna, organizaram o primeiro jogral da história da Casa. O ato foi uma ação de desobediência civil, já que é proibido fazer jograis no Congresso.
Não acabou!
Em Curitiba, o ato unificado do Dia Nacional de Paralisação teve fim na Boca Maldita, no início da tarde. Depois, a base do Sinditest se dirigiu à Praça Rui Barbosa para fazer a distribuição do jornal do Comando Estadual de Greve, o “Acorda Paraná!”. A publicação tem informações sobre os impactos da PEC 241 na saúde e na educação, sobre a reforma da Previdência e sobre a resistência estudantil.
Ainda nesta sexta-feira (11), às 18h30, outro grande ato contra a PEC 55 será realizado. Organizada pelo movimento CWB Contra Temer, a manifestação terá concentração na Praça 19 de Dezembro (Praça do Casal Nu).
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Luisa Nucada,
Assessoria de Comunicação e Imprensa do Sinditest-PR.