Dia da Saúde Mental: Luta pelo adicional de insalubridade gera desgaste na categoria

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Após um dia cheio de trabalho você se acomoda em uma poltrona, sofá ou cama, na tentativa de recuperar o cansaço físico de uma rotina intensa, e com essa pausa o corpo se recupera. No entanto, para a maioria das pessoas, a quantidade de afazeres e a velocidade que as coisas acontecem têm aumentado significativamente nos últimos anos. Essa situação, acentuada pela pandemia que enfrentamos há cerca de um ano e meio, gera sobrecarga e contribui para o esgotamento mental. Cada dia que passa, estamos mais exaustos, embora ainda haja uma certa resistência para falar sobre saúde mental.

Pensando nisso, te convidamos a tirar um momento do dia para dedicar a você. No próximo domingo, dia 10, é celebrado o Dia Mundial da Saúde Mental. A data foi instituída pela Federação Mundial de Saúde Mental (World Federation for Mental Health), em 1992, para transmitir um alerta sobre os cuidados a tomar com o bem estar da mente. No Brasil, estima-se que 10,2% da população adulta tenha diagnóstico de depressão, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada pelo IBGE. Este número equivale a 16,3 milhões de pessoas, sendo a Região Sul com os maiores índices – cerca de 2,5 milhões. 

Além da depressão, a coordenadora do Sinditest Palmira Donda, que também é psicóloga, chama atenção para outros transtornos que acometem a população, como a ansiedade e dependência química, e a grande procura por auxílio nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Entretanto, ela explica que saúde mental é uma demanda reprimida, pois há mais procura do que a possibilidade de ofertar serviços mais completos. Palmira também questiona sobre o impacto da situação política e econômica do país para a qualidade da saúde.

“Não dá pra falar em saúde mental sem falar das questões sociais, como políticas públicas de emprego e de distribuição de renda. Então, é possível ter uma saúde mental desempregado, com dificuldades e sem recursos para pagar as contas, e manter o sustento de uma família?”

Até mesmo para pessoas empregadas a situação é complicada. No caso de profissionais que atuam na área da saúde, a coordenadora relata que além do peso causado pela sobrecarga de trabalho na saúde mental dos TAEs, há o desgaste gerado pela luta do pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo. 

“Independente do trabalho ou da profissão que desenvolve dentro do hospital, todos estamos mais expostos a ter contato com doentes pela COVID, então nós defendemos isso e temos lutado desde o início da pandemia.  Essa expectativa não foi atendida, muito pelo contrário em plena pandemia setores de trabalhadores tiveram sua insalubridade cortada ou diminuída, ao invés de reconhecimentos”, comenta Palmira.

Em vista deste cenário, o Sinditest se preocupa com o esgotamento físico e mental dos TAEs lotados no CHC, e desde o início da pandemia tem defendido judicialmente o recebimento do adicional de insalubridade em grau máximo para todos os trabalhadores e trabalhadoras do hospital.

E afinal de contas, como você está? Converse com alguém de sua confiança e compartilhe seus pensamentos. Palmira ainda recomenda caso você se encontre com humor e pensamentos diferentes, e isso causa algum sofrimento, mal-estar ou constrangimento, a ponto de afetar sua vida social, amorosa, profissional, não tenha medo ou vergonha, peça ajuda! Você não precisa resolver suas questões sozinho, procure um profissional da área e fale sobre isso!

 

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