Os trabalhadores FUNPAR, RJU e EBSERH lotaram hoje o auditório do 7º andar do Hospital de Clínicas e aprovaram com ampla maioria paralisação no dia 24 de fevereiro.
“No dia 24 vamos fazer greve e a principal pauta nossa vai ser de melhorias nas condições de trabalho aqui por que estão muito precárias”, relatou a enfermeira e diretora do Sinditest Natália Oshiro.
O médico Darley Rugeri Wollmann defende que a estabilidade dos servidores RJU deve ser utilizada para denunciar as más condições de trabalho, inclusive no Ministério Público. “Eu vou levar a proposta de paralisação ao Simepar [sindicato dos médicos]e o apoio incondicional ao Sinditest”.
Os técnicos enfatizam que a maior angústia com a falta de condições para trabalhar é o reflexo no atendimento aos pacientes. Em matéria publicada nesta terça, 16, na Tribuna e na Gazeta do Povo uma jovem denunciou a morte do irmão, paciente do HC em tratamento de leucemia, por falta de suprimentos para transfusão de sangue.
“Sub financiamento é a questão central da precarização. A princípio a FUNPAR resolveria o problema do hospital, só que agora a fundação é ilegal e estão dizendo que a ESBERH que vai resolver tudo. E qual é a nossa realidade? Melhorou ou piorou?”, indagou Natália.
Para servidora Lucia Helena Ribeiro a precarização acarreta numa responsabilização indevida dos profissionais. “Quem é do dia-a-dia sabe que a substituição por materiais inadequados ou de pior qualidade traz riscos aos pacientes e nós como profissionais podemos responder no nosso conselho [que normatiza e fiscaliza as profissões]”.
A luta por condições de trabalho no hospital no dia 24 de fevereiro se junta à reinvindicação nacional chamada pela FASUBRA pela revogação da EBSERH e à luta local na UFPR contra o ponto eletrônico até que seja implantada a jornada de 30 horas para todos os servidores.
Confira AQUI a programação do dia 24/02: DIA NACIONAL DE PARALISAÇÃO.
Cessão de servidores RJU para a EBSERH é uma recomendação e não uma obrigatoriedade
“A luta é política”, reafirmou hoje a direção do Sinditest em assembleia. A cessão dos trabalhadores RJU é uma recomendação do Tribunal de Contas da União, portanto não se trada de uma medida com a força de decisão judicial garantiu Paula Ferreira Telles, assessora jurídica.
Paula ainda informou que a própria EBSERH questionou o posicionamento do TCU e que a discussão não é conclusiva. “Para a empresa não é interessante a cessão; a EBSERH tem agido no sentido de precarização do trabalho e fragilidade do vínculo”. Isso porque, mesmo no cenário em que ocorra a cessão dos trabalhadores RJU para a empresa os direitos garantidos pelo estatuto do servidor continuam valendo.
“O que é ruim é essa política da reitoria de não ter posicionamento nenhum em relação a isso. Precisamos cobrar um posicionamento, colocar em debate e precisamos fazer isso em conjunto, RJU, FUNPAR e EBSERH. Temos muitas pautas que nos unificam e precisamos olhar para isso”, defendeu o servidor Bernardo Pilotto.
Leia: Sinditest-PR é contra a cessão de trabalhadores RJU para a EBSERH
Intervalo de 15 minutos
Os trabalhadores ainda continuam sob pressão e assédio para bater o ponto no intervalo de 15 minutos do lanche. Na última reunião realizada com os trabalhadores o reitor Zaki Akel havia se comprometido em enviar uma circular informando as chefias que os trabalhadores não precisam registrar o intervalo, no entanto o documento ainda não saiu. “É uma cobrança contínua que temos que fazer por que eles sempre esquecem”, apontou Carmen Luiza Moreira, coordenadora geral do Sinditest.
Atrasos FUNPAR/HC
Ainda não está regular o depósito do fundo de garantia, por isso os fundacionais estão em estado de alerta para o próximo pagamento dos salários. “Nós vamos manter as assembleias antecipadas com indicativo de greve em qualquer possibilidade de atraso do pagamento”, anuiu Carmen.
Adriana Possan
Assessoria de Comunicação do Sinditest-PR