O projeto privatista de desmonte das instituições e do serviço público implementado por Temer e sua equipe condenou o Museu Nacional, no Rio de Janeiro (RJ), a um incêndio que consumiu 200 anos de história, na noite do último domingo (2). O museu é vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que como todas as universidades federais vem sofrendo cortes orçamentários desde que o presidente ilegítimo está no poder.
Logo após o golpe, Temer deixou bem claro que Cultura e Ciência não eram as prioridades de seu governo. Com o pretexto de reduzir gastos, fundiu os ministérios da Ciência e da Comunicação, que eram duas pastas separadas. Tentou transformar o Ministério da Cultura em uma secretaria e ligá-la ao Ministério da Educação, mas protestos de artistas o fizeram voltar atrás.
Poucos meses depois, Temer e sua bancada conseguiram aprovar a PEC 55 – transformada na Emenda Constitucional 95 –, que congelou por 20 anos os investimentos públicos em áreas como Saúde, Educação, Segurança e Cultura.
Reforma era necessária
Segundo relatório interno, desde 2016 o museu contava com problemas em sua infraestrutura. Havia goteiras, infiltrações e outros problemas gerais, apontou o dossiê realizado pela Biblioteca do Museu Nacional.
Em fevereiro de 2017, o diretor do museu, Alexandre Kellner, deu uma entrevista relatando que a instituição precisava de recursos para reformas, e que só tinha verbas para medidas paliativas. Em junho deste ano, o BNDES assinou um contrato de financiamento de R$ 21,7 milhões para restauração do local, que incluía prevenção a incêndios.
O museu era composto por três andares, que continham um acervo de 20 milhões de itens. Eram documentos, fósseis, artefatos greco-romanos, coleções de minerais e a maior coleção egípcia da América Latina. Havia um esqueleto de dinossauro e o fóssil humano mais antigo encontrado no Brazil, batizado de Luzia. Entre 5 mil a 10 mil pessoas visitavam a instituição mensalmente.
O museu foi fundado em 1818 por D. João VI, e desde 1946 era vinculado à UFRJ.