Servidores apontam que a Marcha dos Trabalhadores e Trabalhadores em São Paulo será o primeiro passo para a greve geral
O anúncio feito ontem, 14, pelos ministros Levy e Barbosa – do governo Dilma – do novo corte de R$26 bilhões no orçamento junto com aumento de impostos, elegeu como vilão o setor público. Entre as ações mais impactantes para o funcionalismo está o adiamento do reajuste salarial para agosto de 2016, o fim do pagamento de abono permanência para os aposentados e a suspensão de concursos públicos.
Na assembleia de greve desta manhã os servidores avaliaram que com estes novos ataques a greve deve se manter firme. “Não existe nada mais atual e mais necessário nesse momento do que irmos para a Marcha dos Trabalhadores e Trabalhadores no dia 18. Essa é a nossa tarefa no momento”, defendeu Carlos Pegurski, coordenador da seção sindical UTPFR/Curitiba.
“Essas medidas são medidas do PSDB. Joaquim Levy era indicação dos tucanos. Quem é a base de apoio do governo? São os maiores fundamentalistas da história. Estamos lidando com um governo que não tem coragem de fazer a auditoria da dívida porque a campanha foi financiada pelos bancos. No mesmo dia que foram tomadas essas medidas a Febraban publicou no seu site elogios ao governo. Não precisamos dizer mais nada não é?!”, atentou Wesley Amâncio, coordenador da seção sindical UTPFR/Londrina.
Wesley: Num país que os trabalhadores são massacrados, os bancos acumulam anos após anos gigantescos e enormes lucros.
Carlos Pegurski lembrou que a suspensão de concurso público, as privatizações, a retirada de direitos, são políticas comuns aos tucanos e petistas. “Por muitas vezes a gente vem aqui fazer uma denúncia do que está acontecendo e parece que está falando coisas de outro mundo” pontuou. “Há um tempo quem aqui que trabalha no HC acreditava que ia trabalhar para uma empresa privada? Se a gente dissesse a um tempão atrás que a gente ia perder o quinquênio, se dissesse aos professores estaduais que eles iriam perder direitos na aposentadoria, muitos iriam dizer que era mentira, coisa do outro mundo”.
“A polarização é uma mentira. Basta de Dilma, de Temer, de Cunha, de Richa, de Alckmin. Eles estão todos trabalhando juntos pelo ajuste fiscal para retirar e reduzir nossas conquistas. Vamos à Marcha dia 18 para construir o campo dos trabalhadores”, defendeu Larissa Gisy, da direção Nacional da FASUBRA e do Sinditest.
Max Dias Colares, servidor no HC, denunciou que o governo Dilma joga o jogo da direita, dos empresários, dos bancos e dos ruralistas para cortar verbas do setor público e usa a grande mídia para fortalecer o argumento de que os trabalhadores do serviço público e os aposentados é que são culpados pela crise. Carla Cobalchini prosseguiu: o único problema que a mídia do setor burguês e o setor burguês enxerga, desse pacote inteiro de maldades, é a CPMF. Eles não veem problemas em cortar recursos da saúde, do abono permanência, da previdência, em adiar reajuste do servidor público, em cancelar concurso público.
Carla Cobalchini avaliou que é preciso entender o tamanho do problema que a categoria está enfrentando e qual será a solução. “O único setor que vai olhar para o governo e dizer que é um absurdo cortar o reajuste, cortar o direito dos servidores, o único setor que vai fazer isso somos nós mesmos que estamos em greve. Temos que nos somar aos outros trabalhadores que vão dizer não à Dilma, basta de Dilma, contra a Dilma no dia 18 na Avenida Paulista. Essa é a única ferramenta, não é hora de vacilar”, afirmou.
Carla: Chega desse governo que tira nosso salário, que tira nossos direitos, que destrói o serviço público. Não é hora de recuar.
CNG
Os servidores votaram durante a assembleia a permanência no Comando Nacional de Greve da delegada de base Cláudia Nardin, da UTFPR de Dois Vizinhos. Por conta da questão financeira do sindicato, gerada pelo descredenciamento, a servidora se prontificou a ficar no CNG até que novos (as) delegados (as) possam ser enviados (as).
Bazar e Rifa
Para levantar recursos para a Marcha no dia 18 os servidores organizaram um bazar de roupas e sapatos e realizaram uma rifa durante a assembleia.
Adriana Possan
Assessoria de Comunicação do Sinditest