São constantes as denúncias, por parte dos servidores, de maus-tratos, assédio moral e constrangimentos depois que a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh – assumiu o controle do HC da UFPR.
A última a chegar ao Sinditest-PR diz respeito a uma servidora que na sexta-feira, 13, foi barrada quando tentava sair do prédio do HC, após concluir seu expediente. Na ocasião, ela não conseguiu encontrar seu crachá funcional na bolsa, e solicitou que uma das funcionárias terceirizadas que controlam as catracas liberasse a sua passagem. A servidora já havia batido o ponto eletrônico, estava com o comprovante de papel na mão, além de um guarda-pó, o que garantia que era uma funcionária que havia concluído seu período de trabalho. “Não importa, você não vai passar por aqui sem o crachá”, disse uma das terceirizadas.
As duas funcionárias que estavam na entrada bloquearam com os corpos a saída da servidora, que só conseguiu ir embora após vários minutos, quando desistiu de argumentar e forçou a passagem por uma delas, sob os olhares de pacientes e parentes que se aglomeravam ali. “Eu me senti uma bandida”, reclama a servidora. “Se eu estivesse entrando no prédio, até compreenderia, mas eu estava saindo. Se eu não tivesse pedido, tivesse dado uma desculpa, teria passado numa boa. Poderia ter dito que era paciente. Ali, pacientes entram e saem o tempo todo. Mas com os servidores, eles querem exercer o controle.”
A servidora reclama que a única função dos terceirizados hoje parece ser assediar os servidores do hospital, já que são constantes os pacientes que se perdem dentro do HC por terem recebido informações erradas na entrada. “Esses dias um cadeirante começou a subir as rampas dos andares porque ninguém tinha lhe explicado onde ficava o elevador”, conta. “Está muito fácil para eles. Eles só ditam as normas, gritam com a gente e pronto.”
A diretoria do Sinditest-PR se solidariza com os funcionários do HC que vêm sendo vítimas de assédio e maus-tratos e buscará organizar uma ação coletiva para resolver o problema. Desde que a Ebserh assumiu a administração do hospital, a filosofia implantada no HC não condiz mais com a de um hospital-escola.