Duplo ataque aos(as) servidores(as)
Trabalhadores(as) serão atingidos(as) com adiamento da aposentadoria e desmonte do serviço público
De um lado uma reforma da Previdência em curso, de outro, uma multidão de desempregados(as). Esse é o impacto econômico e social de uma política de ajuste fiscal que vem sendo aplicada há quase dois anos no Brasil. Sim, trata-se do pior cenário enfrentado pelos(as) brasileiros(as) em décadas, com retrocessos que removem direitos conquistados ainda na Constituição de 1988. Servidores(as) estaduais do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, por exemplo, são os(as) primeiros(as) que sofrem com atrasos e com o parcelamento salarial. Há servidores(as) que ainda não receberam o décimo terceiro. Isso é só o começo.
Apesar de a seguridade social apresentar superavit há pelo menos 10 anos, o presidente Temer e seus ministros insistem em apresentar a reforma da Previdência como um “remédio amargo mas necessário” (PEC 287/2016). Fazendo isso, aproveitam as medidas de “equilíbrio das contas” para inaugurar um novo patamar de exploração.
Por enquanto, o Brasil continuará sendo um país em recessão, acompanhado de uma taxa de desemprego de fazer inveja aos países mais pobres e da redução drástica de recursos para as áreas sociais. Ao longo de 2017, haverá a retirada sistemática de direitos dos(as) trabalhadores(as) com o fim de benefícios, o aumento da jornada de trabalho, e o adiamento da aposentadoria.
Nós, que trabalhamos nos setores da educação e saúde públicas, seremos duplamente atingidos por esse ajuste. Primeiro porque também estaremos subordinados à nova regra para aposentadoria, aumentando a idade mínima e igualando o tempo entre homens e mulheres. Segundo, porque atuamos na ponta do serviço público, que já sofre com a redução de recursos porque já apresenta fechamento de leitos no SUS e de vagas na educação pública.
Aceitar essa política e esperar a crise passar não é uma opção. Assim como fizemos em 2016, também agora precisaremos nos organizar e lutar, resistir a essas reformas.