O pagamento da primeira parcela do 13º salário, reajustado conforme data-base, saiu na manhã desta sexta-feira. Com o pagamento, a categoria FUNPAR/HC encerrou a greve deflagrada logo cedo. Entretanto, os trabalhadores aguardam em estado de greve o pagamento do reajuste salarial retroativo e do vale-alimentação. A próxima assembleia está marcada para quarta-feira, 27, às 7 horas.
Desde cedo, reunidos em frente ao Hospital de Clínicas, os trabalhadores aguardaram informações sobre o pagamento, noticia esta que chegou por volta das 9 horas . O comunicado informa que somente seria pago o 13º terceiro havia sido efetuado. “A nossa reinvindicação foi atendida, vamos retornar ao trabalho, porém, o vale-alimentação e o reajuste não caíram. Vamos retornar ao trabalho depois que a direção desse hospital nos receber”, confirmou Carmem Luiza Moreira, da coordenação-geral do Sinditest.
Reunião com a direção
Às 10h15 os trabalhadores conseguiram uma reunião com a diretora administrativa do HC, Mônica Silveira. Ela informou à comissão de greve que foi uma surpresa saber que apenas o pagamento do décimo estava na conta. “Até ontem o professor Zaki disse que ia conseguir pagar o 13º, nem que tivesse que emprestar, por que o Ministério não liberou a verba. Agora fui informada que parece que o dinheiro do Ministério chegou e acredito que até terça ou quarta está na conta” comunicou.
Sobre o pagamento do vale-alimentação, Mônica garantiu aos trabalhadores uma resposta até segunda-feira, 25. “A gente precisa saber também do vale-alimentação. Até dois dias antes do final do mês tem que ser pago, precisamos saber se vai ser em folha suplementar ou vai ser no final do mês”, sinalizou Carmen.
Na reunião foi exposto à direção o HC que os atrasos do conjunto de benefícios tem posto os fundacionais a danos sociais e com efeito cascata extremamente destrutivo. “O que preocupa é que isso tem se tornado recorrente. Isso preocupa e coloca os trabalhadores em risco, eles se programaram para o pagamento no começo do mês, já são 15 dias de juros no cartão”, alertou Ramón Bentivenha, da assessoria jurídica. Rosana Silva Nunes fez um pedido para que os atrasos sejam ao menos avisados com antecedência. “Por que vocês não conseguem nos avisar pelo menos que vai atrasar? As pessoas querem ter no mínimo respeito para saber o que fazer”.
Horas extras, continuam as ameaças
Novamente este assunto foi posto na mesa de reunião. Toda vez a categoria está para entrar em greve os assédios das chefias recaem sobre as horas extras. Dessa vez os trabalhadores solicitaram que seja resolvido de uma vez por todas através de uma circular para as chefias, uma vez que da forma que está posto caracteriza assédio institucional. “O que ocorre são processos de ameaça. Tem que deixar bem claro a posição da direção, por isso a sugestão a circular”, pontuou Ramon.
Segundo Mônica há muitos processos em que os pagamentos já estão sendo encaminhados, apesar do constrangimento feito por chefias imediatas, mas ela não pode garantir se a circular será enviada, confirmando que vai fazer uma consulta jurídica primeiro. “Me dê nomes, eu quero saber quem são, tudo o que está chegando pra mim eu estou resolvendo. Isso é ilegal, imoral e antiético. A gente vai comunicar as pessoas sim, para pararem de fazer ameaças”, assinalou. Carmen Luiza ainda contrapôs: “Se fosse o trabalhador, ele seria punido, mas chefe recebe comunicado”.