A base do Sinditest aprovou por ampla maioria adesão à greve da FASUBRA por tempo indeterminado, com início no dia 10 de novembro, e avaliação da manutenção da greve no próprio dia 10, data nacional de mobilização e lutas. A deliberação ocorreu na assembleia geral desta quarta-feira (1º/11). A ideia é, caso a paralisação se mantenha, fazer avaliações frequentes do panorama para decidir sobre a continuidade do movimento paredista. A Assembleia ainda indicou um comando de greve inicial para reforçar a mobilização para a greve. O comando de greve definitivo deverá ser eleito na semana que vem.
Os(as) trabalhadores(as) decidiram que há motivos de sobra para fazer greve, diante de tantos retrocessos já consumados e outros que estão por vir. No dia 30, o governo publicou em Diário Oficial a Medida Provisória (MP) 805/17, que aumenta a contribuição previdenciária dos(as) servidores(as) públicos(as) de 11% para 14%, para aqueles que ganham acima do teto do INSS (R$ 5.531,31). Fica de fora quem entrou antes da instituição da previdência complementar e quem optou pelo Funpresp.
Essa é a pior medida da MP para a categoria, mas ainda há mais impactos para outros setores do funcionalismo: ficam adiados para 2019 os reajustes dos(as) trabalhadores(as) que negociaram para receber em quatro anos, bem como ajuda de custo e o auxílio moradia. No entanto, a reestruturação da carreira, que afetará os TAE’s da base do Sinditest, deve começar a tramitar em breve, provavelmente em formato de Projeto de Lei, informa a coordenadora de Administração e Finanças do Sinditest, Mariane Siqueira.
“Essa MP que o Temer lançou pega todo mundo que entrou antes de 2013 e recebe mais que o teto do INSS. Os governos estaduais e municipais vão se sentir liberados para aumentar a contribuição dos seus servidores. Isso pode respingar inclusive nos celetistas. E com a Reforma da Previdência, vamos pagar mais caro por uma aposentadoria que não vamos conseguir acessar! Nós já fizemos greve por muito menos do que isso!”, lembrou a coordenadora de Comunicação e Imprensa, Carla Cobalchini.
Yousseff Ali, da pasta de Organização por Local de Trabalho, lembrou que a categoria foi a que mais se mobilizou no último período, tem experiência em fazer luta, e serve inclusive como termômetro para o governo e os patrões, que medem pela mobilização até onde podem aprofundar os ataques. Cláudia Nardin, diretora e técnica da UTFPR Dois Vizinhos, afirmou que a paralisação tem o objetivo de despertar a consciência do restante da classe trabalhadora, que sofrerá muito mais com a Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência.
É importante também destruir a ideia de que são os(as) funcionários(as) públicos(as) os culpados pelo alegado déficit da Previdência e pelo rombo nas contas públicas.
O momento, avaliou a base, é de entrar em greve e construir um movimento forte e unido com outras categorias do serviço público e também da CLT, uma luta que represente o contra-ataque a este governo que está trucidando os direitos da classe trabalhadora.