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No contexto atual, no mundo afora e também no Brasil, há uma radicalização de posições e um recrudescimento de extremismos que levam a intolerâncias, conflitos, violências e mortes. Às vezes são muito visíveis, como no caso dos conflitos no Oriente Médio e os atentados na Europa. Às vezes são mais velados, mas da mesma forma vêm agredindo e ceifando a vida das pessoas, como a violência e os assassinatos que ocorrem no Brasil.
Houve movimentos que se radicalizaram no passado que também trouxeram sofrimento, discriminação, intolerâncias, conflitos, violências, mortes e catástrofe para a raça humana. Resumidos de forma simplificada, esses movimentos incluem o fascismo (uma forma de radicalismo político autoritário nacionalista, hostil ao socialismo e ao consumismo, com ênfase em ultranacionalismo, etnocentrismo e militarismo e repressão violenta); o integralismo (movimento político de extrema-direita, de inspiração fascista); e o nazismo (regime político que se inspirava no fascismo italiano de Mussolini mas levado a um grau mais extremo. Além das características fascistas descritas acima, o nazismo defendia também o antissemitismo e a crença na predominância de uma raça “superior” sobre raças “inferiores”).Este último se desencadeou em uma guerra mundial sem precedentes, com um holocausto que matou milhões de pessoas que não se enquadravam na ideologia do arianismo que acabou por caracterizar o movimento nazista.
A radicalização de posições e o recrudescimento de extremismos se reflete também no atual cenário encontrado no Congresso Nacional brasileiro, onde parte dos/das parlamentares desrespeita a democracia, quer impor seus interesses a qualquer custo, apresenta proposições que ferem a constituição e pretendem criar distinções entre setores da sociedade, igual à noção de raças “superiores” e “inferiores”, além de diversas outras pautas que poderão incidir em grande retrocesso no campo dos direitos humanos.
Assusta, ainda mais, tomar conhecimento pelos meios de comunicação que se propuseram a se reunir em Curitiba / Região Metropolitana, neste fim de semana, pessoas mobilizadas para formalizar a fundação de uma “Frente Nacionalista”, que afirma seguir a ideologia do fascismo de Mussolini e do integralismo de Plínio Salgado, e que sua missão principal é “combater o consumismo/hedonismo, o ateísmo e o pós-humanismo, as ideologias de gênero, a segregação indígena em reservas, o ambientalismo radical e o pacifismo, bem como todos os vícios da modernidade”. Ainda, o movimento afirma ter formada parceria com o movimento neonazista chamado “Carecas do ABC”. A preocupação é legítima, em razão do histórico de ataques violentos praticados por grupos neonazistas em Curitiba.
Este tipo de ideologia massacra pessoas com pensamentos diferentes ou que não concordam, aniquila determinados setores da sociedade, como pessoas LGBT, pessoas negras, população de rua, ciganos/as, pessoas judias, imigrantes e refugiados, entre outras.
As entidades abaixo relacionadas repudiam esse pensamento fascista. Pedem enfaticamente que as pessoas denunciem todo e qualquer ato de discriminação e violência às autoridades – que já estão alertadas – pelos telefones 100 (Disque Direitos Humanos – Disque Denúncia Nacional); 190 Emergência / Polícia Militar; 153 Guarda Municipal de Curitiba; 181 – Disque Denúncia Paraná).
Relatos de discriminação e violência também podem ser comunicadas para:
Comissão Municipal de Direitos Humanos de Curitiba
pelo e-mail: [email protected], ou pelo fone (41) 3221 9955
Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos do Ministério Público do Paraná – Fone: (41) 3250 4892
Conselho Permanente de Direitos Humanos do Paraná – COPED – Fone: (41) 3221 7250
É importante que qualquer atitude suspeita seja documentada com fotos, vídeos, prints de mensagens ou qualquer outro registro que possa ser usado como prova, caso ocorra algum problema com esses grupos. Esses arquivos devem ser enviados para [email protected] e também para a e [email protected]
“Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres” (Rosa Luxemburgo).
Curitiba, 11 de dezembro de 2015
Assinaturas:
ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Assessoria de Direitos Humanos e Igualdade Racial da Prefeitura Municipal de Curitiba
Aliança Jovem LGBT
Ação Antifascista – ANTIFA 16
APP Sindicato
Associação dos Profissionais Tradutores e Intérpretes Guiaintérpretes da Língua de Sinais Brasileira do Estado do Paraná – APTILSPR
Associação Casa do Peregrino
Associação Paranaense da Parada da Diversidade – APPAD
CAPSI
Casa Latino-Americana – CASLA
CEM
Centro Paranaense da Cidadania – CEPAC
Coletivo de Entidades Negras – CEN
Comissão Municipal de Direitos Humanos de Curitiba
Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas – CONESD-PR
Conselho Regional de Serviço Social – CRESS PR
Conselho Regional de Psicologia – CRP-PR
Curitiba Negra
Direito Pra Todxs
Coletivo de Advogados Livres
Dom da Terra AfroLGBT
Ouvidoria Geral da Defensoria Pública do Estado do Paraná
DPT
ENEGRECER
Espaço Paranaense da Diversidade LGBT
Fórum Paranaense de Juventude Negra – FOJUNE-PR
Fórum Paranaense de Religiões de Matrizes Africanas
Grupo Dignidade
Instituto Brasileiro de Diversidade Sexual – IBDSEX
IPAD
Liga Brasileira de Lésbicas – LBL
Marcha das Vadias de Curitiba
Marcha Mundial das Mulheres – Paraná
Movimento ao Socialismo – MAS
Movimento Antifascista
Movimento Rua Juventude Anticapitalista
Partido Comunista Brasileiro – PCB
Partido Comunista do Brasil – PCdoB Curitiba
Partido dos Trabalhadores
Sinditest
Sindypsi
Terra de Direitos
União Brasileira de Mulheres – UBM
União da Juventude Comunista – UJC
União da Juventude Socialista – UJS
União Nacional LGBT – UNA-LGBT
União Paranaense dos Estudantes – UPE
União Paranaense dos Estudantes Secundaristas – UPES
Universidade Tuiuti do Paraná – UTP