Os trabalhadores do Completo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) realizaram na manhã desta quinta-feira (22) um protesto em frente à Petrobras para exigir o pagamento de salários atrasados e o cumprimento dos acordos indenizatórios para os demitidos da empresa Alumini Engenharia S/A (ex-Alusa).
A CSP-Conlutas Rio de Janeiro participou do ato e está apoiando a luta desses trabalhadores. Para a Central, é fundamental intensificar as ações de solidariedade com essa luta, que está inserida no momento político que o país atravessa. Os trabalhadores do Comperj precisam desse apoio.
A greve dos trabalhares teve início no dia 6 de janeiro e durou 16 dias. A paralisação foi iniciada pelos operários da empresa Alumini Engenharia S/A (ex-Alusa) e desde setembro do ano passado, já são 469 demitidos; os que perderam o emprego a partir de outubro fizeram um acordo para receber a rescisão, mas a empresa não cumpriu com o acertado.
Estes trabalhadores não receberam nem a terceira e última parcela do acordo, nem os 40% do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) a que tem direito. As cotas do FGTS do restante dos trabalhadores não são depositadas há pelo menos três meses.
Os que não foram demitidos não recebem salários e também não conseguem dar baixa em suas carteiras de trabalho. Até o momento, são 123 operários com dois meses de atraso no salário, e 2.380 com atrasos de um mês no pagamento. Uma parte deles também não recebeu a segunda parcela do 13º salário.
A solidariedade fez com que a greve se expandisse para outras empresas que também ameaçam com demissões. Cerca de 3 mil operários organizaram um piquete e interromperam todas as obras no complexo. Desta forma, os demais operários lutavam pela imediata readmissão dos desempregados e protegiam seus empregos e salários.
Sindicato e patronal desmontam greve
Na segunda-feira (19), a greve sofreu um duro golpe e foi desmontada. Com a desculpa de uma reunião na Vara de Justiça do Trabalho de Itaboraí, a direção do Sindicato dos Trabalhadores Empregados nas Empresas de Montagem e Manutenção Industrial da Cidade de Itaboraí (Sintramon) desarmou o piquete que permitia a continuidade da greve. Desta reunião, convocada pelo juiz André Correia Figueira, Juiz do Trabalho da Vara de Itaboraí, com a presença do Sindicato e do Comandante da Polícia Militar Ten. Cel. André Henrique de Oliveira Silva (35° Batalhão de Polícia Militar de Itaboraí), resultou um documento informal assinado pelo juiz. Este documento afirmava não medir esforços para resolver, de maneira rápida e objetiva, os problemas causados pelo bloqueio das contas da empresa Alumini Engenharia S/A.
No entanto, a forma de resolver de maneira rápida e objetiva os problemas criados pelos patrões contra os trabalhadores seria uma greve em todos os canteiros das obras do Comperj. Só a unidade na luta dos operários de todas as empreiteiras poderia garantir uma vitória efetiva para os trabalhadores.
É preciso romper com patrões e governo
A CSP-Conlutas Rio de Janeiro reafirma seu chamado a maioria da direção do Sintramon para romper com os governos, a patronal e defender os interesses dos operários do Comperj. Conclama a CUT e a Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias e da Madeira a ajudar a convencer esta direção sindical que só a luta dos trabalhadores pode garantir e ampliar direitos.
Plenária prepara a luta
A Central também nesta quinta-feira irá realizar uma plenária com objetivo de ampliar a solidariedade à luta e às mobilizações no Comperj e buscar evitar que ela fique isolada. A reunião será às 15 horas, na sede do Andes-SN no Rio, na avenida Rio Branco 277, 13º andar sala 1306. Contamos com a sua participação.
Fotos: Agência Brasil
Fonte: CSP-Conlutas