Mais um duro golpe no funcionalismo brasileiro. Na última terça-feira (21), às vésperas do feriado de Natal, o Congresso Nacional aprovou a proposta de Orçamento da União para 2022. Embora grande parte das servidoras e dos servidores dos três poderes estejam com os salários congelados desde 2016, somente a Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Departamento Penitenciário Nacional (Depen) foram contempladas com reposição e promessa de reestruturação de cargos do setor.
“O problema não é o reajuste aos policiais, mas sim deixar outros cargos do serviço público federal, inclusive aqueles que estiveram na linha de frente durante a pandemia, de fora desse incremento. Estamos há mais de cinco anos com salários congelados. Desde 2016, com a posse de Michel Temer, que o governo não recebe a Fasubra e nem abre mesa de negociação. Com Bolsonaro só piorou. Nesse período absolutamente tudo aumentou, a inflação está nas nuvens e o salário da nossa categoria, por exemplo, segue minguando”, enfatiza Evandro Castagna, coordenador do Sinditest-PR.
Chama atenção também a aprovação da PEC dos Precatórios, conhecida como PEC do Calote nos servidores públicos. O Projeto de Emenda à Constituição lesa servidoras e servidores com valores a receber de dívidas reconhecidas em decisões judiciais das quais a União não pode mais recorrer e tem caráter extremamente eleitoreiro, pois visa a destinação de certos recursos do orçamento federal para programas como o Auxílio Brasil, que será encerrado justamente no último dia do governo Bolsonaro.