É com extrema preocupação que a direção do Sinditest-PR vem a público repudiar as manifestações antidemocráticas dos donos de grandes frotas de caminhões e fazendeiros.
Indignados com a vitória nas urnas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), esses grandes empresários e latifundiários obstruem estradas, queimam pneus, intimidam motoristas de carros de passeio e impedem que a população usufrua do direito constitucional de ir e vir. Caminhoneiros autônomos são obrigados a pararem, mesmo não tendo acordo com os bloqueios.
Os protestos, organizados pelas redes sociais, infelizmente contam com o “corpo mole” feito pelo diretor geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o silêncio conivente do candidato derrotado, Jair Bolsonaro que, quase 48 horas do fim do pleito, ainda não se manifestou, nem mesmo para agradecer os votos que fez.
Nas ruas o clima é de indignação. Em algumas cidades, já não há combustível e começam a faltar também alimentos, medicamentos e oxigênio para os hospitais. Brasileiras e brasileiros que estão presos nas estradas relatam que a situação é caótica, principalmente entre aqueles que possuem idosos e crianças entre os passageiros.
Uma parcela significativa dos eleitores de Bolsonaro também é contra a continuidade dos atos golpistas.
Diante desta situação, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a imediata desobstrução das rodovias, bem como a identificação dos caminhões usados no bloqueio, sob pena de multa de R$ 100 mil por hora, além de prisão.
As brasileiras e os brasileiros não aguentam mais tanta violência e tantas tentativas de golpe. O resultado das urnas precisa ser respeitado. O povo elegeu Lula, cuja legitimidade como próximo Chefe do Executivo já foi reconhecida pelas principais lideranças nacionais e internacionais.