Base do Sinditest comparece em peso ao primeiro dia de eleição

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Trabalhadores e trabalhadoras da base do Sinditest compareceram em peso às urnas no primeiro dia da consulta à comunidade universitária à Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Desde que abriram, os locais de votação registraram movimento intenso nesta terça-feira, 27. Melhoria na administração da Universidade e do Hospital de Clínicas (HC/UFPR), garantia dos empregos da Fundação da Universidade Federal do Paraná (FUNPAR/HC) e maior atenção aos aposentados foram algumas das demandas que levaram a base do Sindicato às urnas.

“Estou há 26 anos na Universidade e ela está muito politizada, no mau sentido. A distribuição das vagas não segue critérios técnicos, mas sim políticos. A minha expectativa é que o novo reitor leve em consideração a capacidade técnica dos funcionários”, afirmou o servidor técnico-administrativo Luiz Alberto Marin.

No HC, a servidora do setor de Eletrocardio Dozia Svistak afirmou que o próximo reitor terá de tomar medidas urgentes para reverter a situação de calamidade em que se encontra a instituição. “Eu espero melhorias gerais, mas principalmente na questão da falta de material, porque do jeito que está, não dá para ficar”, declarou.

Segundo ela, faltam itens básicos, como micropore alérgico para crianças. “Como é que eu vou falar para uma mãe que vou colocar um curativo que no outro dia vai arrancar a pele do bebê dela, porque o adequado está em falta? É um absurdo, é um descaso com o paciente.” Outra servidora, que preferiu não se identificar, completou: “E eles falam que não tem, não vai ser comprado e não adianta espernear”.

A carência de suprimentos também foi apontada como prioridade para a técnica do Laboratório Maria Tadeu Lemes da Rocha. “Trabalho aqui há 26 anos e nunca vimos uma situação desta. Falta reagente, falta tudo, não temos condições de trabalho”, afirmou.

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EBSERH

Para os trabalhadores e trabalhadoras da EBSERH, a próxima administração da Reitoria deverá ter habilidades políticas, além de capacidade de gestão. “A nossa expectativa é que eles façam a ponte entre as necessidades dos funcionários e a EBSERH, não só em relação às convocações e ao contingente de pessoal, mas sobretudo em relação aos materiais e as condições de trabalho. O próximo reitor precisa ser um conciliador”, disse a trabalhadora Patrícia Chaves.

A unificação dos vários vínculos existentes no HC é uma das expectativas de Felipe José Soté Rodrigues, trabalhador da EBSERH que atua na Administração de Pessoal. “Além disso, o reitor vai ter que lidar com essa crise financeira do hospital com transparência. O planejamento da atual gestão está sendo feito de forma muito obscura, sem direcionamento claro.”

Muitos trabalhadores e trabalhadoras do hospital aproveitaram o intervalo do café, das 9h às 10h, para registrar o voto. “Eles passam aqui antes de ir para o refeitório e votam”, contou a mesária Ivonete Heimbecher, trabalhadora da FUNPAR. De acordo com ela, o processo de consulta está ocorrendo com tranquilidade e bastante adesão da comunidade. “E sem intercorrências”, completou.

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Aposentados

No prédio da Reitoria, aposentados e aposentadas mostraram que têm participação ativa no dia a dia da instituição, e pediram que não sejam esquecidos pela chapa vencedora da consulta. “Que o novo reitor cuide dos aposentados, que ele dê oportunidade para as pessoas que têm experiência, e que essa experiência retorne para a Universidade”, solicitou o aposentado Antônio Bittencourt.

A aposentada Emy Azevedo, de 90 anos, trabalhou por 30 anos no HC e se dirigiu à urna com uma expectativa bem particular. “Que o próximo reitor seja tão bom quanto o Dr. Flávio Lacerda.” Já a aposentada Altamira Figueiredo mostrou insatisfação com os rumos que o HC está tomando. ““Eu fico muito triste com a privatização do Hospital de Clínicas, foi a pior coisa que aconteceu na última gestão.”

Mesária do local de votação dos aposentados, a servidora Maria Cristina Dalla Bonna disse estar contente de participar do processo democrático. “Estamos aqui para contribuir com a instituição. Que o candidato vencedor tenha sabedoria para administrar as muitas necessidades da Universidade, que dentro do possível ele faça alguma coisa”, cobrou.

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Candidaturas

O candidato a reitor da chapa 1, Marcos Sunye, esteve no HC no final da manhã. Ele afirmou que, por ser casado com uma técnica administrativa da Universidade, conhece bem as batalhas enfrentadas pela categoria. “Tenho desde casa essa visão das dificuldades que os técnicos atravessam, das questões de carreira, da questão da qualificação, que é obrigatória para a carreira mas que é difícil de encontrar oportunidades. As situações de afastamento são difíceis, para um técnico conseguir se afastar é difícil a questão da liberação das chefias, então acho que gente tem que batalhar muito. Tem que ter uma PROGEPE próxima os funcionários, e não uma PROGEPE paternalista ou maternalista, mas uma PROGEPE atenta aos direitos dos servidores, uma PROGEPE atenta para sincronizar a legislação vigente aos direitos dos trabalhadores”, afirmou o reitorável.

Marcos Sunye também avaliou a consulta, segundo ele, a maior da história da Universidade. “É a maior em número de debates, maior em tempo de campanha. É também a primeira vez que fizemos debates nos campi do interior, essa é uma coisa muito interessante porque mostra esse perfil da Universidade, que está mudando. Outro aspecto do processo eleitoral é o número de urnas, que cresceu muito. Além do número de urnas, resolveram fazer a eleição em dois dias, o que aumenta o número de mesários.”

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Ricardo Marcelo, candidato a reitor da chapa 2, marcou presença no HC cedo pela manhã, e em seguida se dirigiu ao prédio da Reitoria, para acompanhar a votação dos aposentados. Questionado sobre o por que mereceria os votos da base do Sinditest, ele declarou ter as melhores propostas.

“Com relação às demandas do pessoal FUNPAR, nós nunca fizemos propostas descoladas da realidade. Sabemos exatamente o que precisa para que a gente renove o acordo deles em 2019. São pessoas jurídicas envolvidas na negociação com o Ministério Público e com a Justiça do Trabalho. Portanto, não entramos essa conversa fiada de mobilizar agora, nao caimos no erro básico de dizer que temos que assegurar o emprego deles até 2019, porque isso já está assegurado. Somos ao mesmo tempo comprometidos com o pessoal da Reitoria, para que nao tenha mais essa distinção interna. O pessoal estatutário precisa começar a se sentir mais próximo da universidade. Com relação ao pessoal da EBSERH estamos reafirmando o nosso compromisso de mantê-los. Desses trabalhadores e de suas condições de trabalho nós não abrimos mão.”

O candidato da chapa 2 ainda afirmou que a regulamentação das 30 horas irá avançar caso vença a consulta. “Desde o início da campanha viemos falando de responsabilidade institucional e de segurança jurídica, mas falando nisso num sentido de implementação dessa jornada, de um modo responsável e seguro.”

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Luisa Nucada e Silvia Cunha,
Assessoria de Comunicação e Imprensa Sinditest-PR

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