Audiência Pública: para comunidade acadêmica ameaça à Unila continua

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Na última sexta-feira, dia 17, estudantes, servidores(as) e docentes lotaram o Auditório da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu. Uma Audiência Pública convocada pela Assembleia Legislativa do Paraná reuniu vereadores(as), parlamentares e a comunidade acadêmica em torno da discussão da proposta de Emenda Aditiva à MP 785/2017, que pretende transformar a UNILA em Universidade Federal do Oeste do Paraná (UFOPR).

Filiados e filiadas da base do Sinditest endossaram a luta dos “unileiros”. O Sindicato promoveu uma caravana em defesa da instituição.

“É importante colocar aqui, neste debate, que nós viemos com 50 trabalhadores e trabalhadoras para prestigiar esta audiência. Nós temos aqui dois inimigos: Michel Temer e Beto Richa. Esse processo todo que o deputado Sergio Souza apresentou não é isolado apenas em relação à Unila. Os ataques que nós estamos vivendo, à classe trabalhadora, à educação pública, estão vindo como um pacote em nossas cabeças. Hoje ele tem este formato aqui na Unila, mas não está descartado que esse ataque seja novamente reeditado de outra forma”, alertou Mariane Siqueira, coordenadora administrativa e de finanças do sindicato, durante a sessão.

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Entenda a proposta

De autoria do deputado Sergio Souza, o texto da emenda busca modificar as regras do FIES, descaracterizando assim a proposta original da Universidade, focada na integração latino-americana.

“Nosso projeto tem como característica a solidariedade e a integração entre os povos, visando à solução de problemas como a fome e a miséria. Recebemos com muita surpresa e indignação este ataque. Ficamos sabendo pelo jornal”, afirmou um dos docentes da Unila.

A redação da proposta de Souza agrada, sobretudo, a bancada do Boi, da Bala e da Bíblia com a criação de uma universidade no oeste do estado totalmente voltada para formação de mão-de-obra para o agronegócio. Vale ressaltar que o deputado é um dos parlamentares citados na operação Carne Fraca, aquela da carne com papelão, que envolvia os grandes frigoríficos.

“Imaginamos que isso que o deputado fez era a priori para os projetos pessoais, políticos e econômicos dele, do grupo econômico que ele representa e do grupo político que ele faz parte. Um projeto de universidade sendo frontalmente por mera vaidade? Ou é um ataque simplesmente porque o projeto de universidade não esta alinhado ao seu projeto político? Acima de tudo, o mais desrespeitoso é querer destruir uma universidade!”, discursou durante a audiência o técnico administrativo Warner Lucas, representando os trabalhadores e trabalhadoras da categoria.

Retirada da Emenda

Às vésperas da Audiência e após muita mobilização da comunidade acadêmica, Sergio Souza retirou formalmente a emenda. Entretanto, para os Unileiros, a ameaça continua.

“Desde o dia 14 de julho quando soubemos desta nefasta notícia, reunimos tantas pessoas, tantos esforços, tantos recursos, nos organizamos tanto para defender a universidade. E por que esse tal deputado resolve agora retirar esta emenda? Ele entendeu que ela traria prejuízo para a educação, para Foz do Iguaçu, para o Oeste do Paraná ou ele brincou de legislar?”, declarou Warner.

Para os trabalhadores e trabalhadoras e para os estudantes da Unila a luta está longe de terminar. “Não podemos desmobilizar, temos que ir lá e mostrar presença. Há males que vem para o bem. A Unila teve muito mais visibilidade. Conseguimos mostrar para a região Oeste que a maioria dos estudantes da Universidade é de Foz do Iguaçu”.

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Movimento Unila Resiste

Professores(as), estudantes e técnicos(as) encabeçaram a criação do Movimento #UnilaResiste.Nos unimos como nunca havíamos feito nesses sete anos”.

“O movimento é livre com todos os ônus e bônus. É plural – juntos combinamos formas de ação para defender a universidade”, explicou o professor James Humberto Zomighani Junior.

Temos hoje três categorias dedicadas para a manutenção do projeto original da nossa universidade. Nos aproximamos muito mais da comunidade de Foz do Iguaçu e isso com certeza ainda era um ponto fraco da nossa universidade. A ameaça serviu que a gente dialogasse mais fácil com a comunidade”, explicou o representante dos técnicos.

Ele completou: “essa Audiência Pública vem selar não só o movimento, mas todas as ações que a gente desenvolveu. A bandeira Unila Resiste é permanente porque o risco ainda existe”.

Vídeo

Perdeu a caravana? Não tem problema! Assista a Audiência na íntegra clicando aqui.

Silvia Cunha,
Assessoria de Comunicação e Imprensa Sinditest-PR

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