O movimento dos(as) secundaristas deu um show de organização, ativismo e protagonismo no ato unificado contra o retrocesso na Educação, realizado no domingo, 9, no centro de Curitiba. Estudantes de dezenas de colégios da capital e da região metropolitana conduziram a manifestação e deixaram claro para Michel Temer, Beto Richa e grande mídia: “Não somos alienados! Sabemos que estamos fazendo!”. O Sinditest marcou presença no protesto junto a entidades sindicais e movimentos sociais, como o CWB Contra Temer.
A concentração começou às 15h na Praça Santos Andrade. Às 16h30, a passeata saiu e percorreu as avenidas Marechal Deodoro e Visconde de Nácar até chegar à Boca Maldita, às 18h. Cerca de 4 mil pessoas participaram, entre estudantes e trabalhadores(as).
Protagonismo estudantil
“Esta luta é de todos e todas, não é de meia dúzia. Não vamos ficar calados enquanto uma elite destrói a educação. Nós fomos o primeiro colégio de Piraquara a ter ocupação, e na segunda-feira mais dois vão ocupar”, informou ao microfone Hadassa Batista, 17 anos, estudante do terceiro ano do Colégio Estadual Professora Rosilda de Souza Oliveira, na cidade metropolitana.
Sua colega Débora Fernanda Machado, 16, aluna do primeiro ano, completou: “Nós somos o futuro da Educação! Fora Temer! Fora Beto Richa!”. Esse foi o tom que predominou durante todo o ato. Cada vez que se pronunciavam, os(as) estudantes reforçavam que estão auto-organizados(as), independentes e cientes de todo o retrocesso que Michel Temer quer impor com a Medida Provisória (MP) 746.
“Não estamos a mando de movimento político. Nós somos o movimento político!”, declarou um dos jovens. O recado era direcionado também à mídia, que vem divulgando que o movimento secundarista não conhece bem a MP, não sabe por que está protestando e está se deixando guiar por “slogans e gritos de guerra”.
Beto Richa, conhecido inimigo da Educação que comandou o Massacre de 29 de abril contra os(as) professores(as) da rede estadual, também afirmou que os(as) estudantes não sabem por que estão protestando.
Em suas falas, os(as) secundaristas tentavam sensibilizar os(as) que não estão apoiando as ocupações nas escolas. “Para quem é contra a ocupação: eu estou lutando é pelo seu filho! É ocupar e resistir! É ocupar e resistir!”, gritou uma das lideranças estudantis. “É uma ironia que a Educação seja vista como ameaça pelo governo em um país onde os maiores ladrões vestem terno e gravata!”, apontou uma aluna da rede estadual.
Representantes de movimentos sociais, quando tiveram vez ao microfone, protestaram contra as privatizações e a entrega das riquezas da classe trabalhadora ao capital estrangeiro, como foi feito com o Pré-Sal. A coordenadora do Sinditest Mariane Siqueira teve oportunidade de denunciar a privatização do Hospital de Clínicas (HC/UFPR), iniciada com a entrada da EBSERH, que já começou a sucatear a instituição.
O ataque da PEC 241, que vai afetar principalmente a população mais pobre, dependente dos serviços públicos, também foi lembrado.
O ato unificado teve a cara da juventude. Animado e vigoroso, foi repleto de palavras de ordem e gritos que passaram a mensagem dos(as) estudantes secundaristas. Confira alguns deles:
“Eu tô
BOLADÃO
Não vou deixar o Temer
Acabar com a Educação!”
“Não tem arrego
Você tira a Educação
E eu tiro seu sossego!”
“Um, dois, três,
Quatro, Cinco, mil!
Retira a Reforma
Ou Paramos o Brasil!”
“Não é mole, não!
Secundarista vai fazer revolução!”
“Nas ruas, nas praças,
Quem disse que sumiu?
Aqui está presente o movimento estudantil!”
Luisa Nucada,
Assessoria de Comunicação e Imprensa do Sinditest-PR