A advogada do Sinditest, Gabriela Caramuru, falou sobre as mentiras contadas pelo governo e pela mídia para justificar a Reforma da Previdência, em assembleia de greve realizada no pátio da Reitoria da UFPR, na manhã desta terça-feira (21).
A primeira falácia sustentada pela equipe econômica de Temer é a de que existe um déficit do sistema da Previdência. “Isso é mentira. Existem diversas fontes constitucionais que sustentam a Previdência. Parte do dinheiro das loterias, como a Mega Sena, e o PIS/PASEP são algumas delas”, esclareceu a advogada, que lembrou que a Saúde e a Assistência Social também integram a Seguridade Social, junto com a Previdência Social.
Para alegar o déficit, o governo não contabiliza essas fontes de arrecadação, como se a Previdência fosse custeada por um cálculo simples: o que entra como contribuições para aposentadoria menos o que sai em forma de benefícios.
“A PEC da Reforma da Previdência busca igualar os servidores públicos aos celetistas, mas nivelando por baixo. Nós queríamos a igualdade, sim, mas que os celetistas tivessem os mesmos direitos e garantias que os servidores públicos”, afirmou.
A Reforma da Previdência já mudou de texto pelo menos cinco vezes, com pequenos recuos que foram conquistados devido às greves e à luta dos trabalhadores e trabalhadoras. A redação atual iguala celetistas e estatutários, extingue a fórmula 85/95 e também o fator previdenciário, instituindo a idade mínima para aposentadoria de 65 anos para homens e 62 anos para as mulheres. No entanto, essas idades mínimas crescerão com o tempo: para os homens, um ano a mais a cada dois anos, e para as mulheres, dez meses a mais a cada dois anos.
Antes, a contribuição mínima para se aposentar era de 15 anos. Com a Reforma, passa a ser de 25 anos. Contudo, para receber a aposentadoria integral, o trabalhador e a trabalhadora deverão contribuir por 40 anos. Na prática, as novas medidas inviabilizam o acesso à aposentadoria, e formarão uma geração de aposentados(as) com péssima qualidade de vida, em idade avançada e com saúde precária – para os que conseguirem acessar o benefício.
Caravana a Brasília
O Sinditest está organizando dois ônibus para a caravana a Brasília. Um deles sairá no sábado (25), às 23h, e o outro na segunda-feira (27), às 6h, ambos da sede administrativa do Sinditest. A caravana é aberta a toda a comunidade universitária e também a acompanhantes, desde que não sejam crianças nem pessoas com saúde frágil ou mobilidade reduzida.
As inscrições encerram nesta quarta-feira (22). Inscreva-se pelo (41) 3362-7373 ou direto na recepção da sede administrativa. Mais informações com Mariane, no (41)99600-2744.
“Nosso dever é ir a Brasília, criar um fato político, desgastar a imagem do Congresso e do governo e exigir uma mesa de negociação para a nossa greve”, convocou Marcello Locatelli, do Comando Local de Greve.
Calendário de atividades
Confira a programação de greve desta semana:
22/11, quarta-feira
– Assembleia da UNILA
Pela manhã.
– Ação do comando Local de Greve no Hospital de Clínicas
Às 9h. Ponto de encontro: sede administrativa do Sinditest
– Reunião do Comando Local de Greve com os TAE’s da UFPR Litoral
Às 14h, no Interblocos
– Reunião com delegados(as) de base da UTFPR
À tarde, na UNILA.
23/11, quinta-feira
– Cinedebate
Às 14h, na Reitoria da UFPR
24/11, sexta-feira
– Assembleia geral
Às 9h30/10h
Pauta
1. Mesa de combate às opressões com convidado
2. Avaliação da greve
Reunião do Comando Local de Greve
Às 14h, na sede administrativa do Sinditest