No dia seguinte à aprovação em segundo turno da PEC 241 na Câmara dos Deputados, a base do Sinditest mostrou que continuará firme na resistência contra a precarização do serviço público. Em assembleia geral, técnicos e técnicas da UFPR, UTFPR, UNILA e FUNPAR aprovaram a continuidade da greve por tempo indeterminado, nesta quarta-feira (26), no pátio da Reitoria da UFPR.
Todas as instituições, incluindo a FUNPAR, já estão notificadas e há segurança jurídica para manter a paralisação. A greve deve durar enquanto a PEC 241 estiver em tramitação, portanto, até fins de novembro ou início de dezembro.
“A PEC foi aprovada ontem com 359 votos, nós sabemos que não tem como mudar a cabeça desses deputados, eles estão do outro lado da trincheira. O que nós estamos fazendo é a disputa da consciência das pessoas, para quando elas ouvirem um discurso a favor do ajuste fiscal, elas saibam que não é bem assim. Não estamos debatendo carreira, reajuste salarial, estamos fazendo o debate do futuro do serviço público! Em nome da direção do Sinditest, estamos muito felizes de construir essa greve. Vamos crescer!”, declarou a coordenadora de Comunicação Carla Cobalchini.
Na assembleia, a base aprovou comandos de greve local e nacional, para organizar as atividades, e atribuir funções. Nova assembleia foi aprovada para o dia 1º de novembro, terça-feira, às 10h, na tenda da greve, no Pátio da Reitoria da UFPR.
Fundo de Greve
A manutenção dos delegados no comando nacional de greve, bem como as atividades de greve pelo estado inteiro, caravanas e outras ações, dependem de um fundo extra, o fundo de greve. A própria FASUBRA, quando deflagra a greve, passa a cobrar o fundo de greve das entidades de base.
Assim, para garantir o debate e garantir a sustentabilidade da nossa greve, esse ponto será discutido e deliberado na próxima assembleia, que ocorrerá na terça-feira, 1º de novembro, na tenda da greve. Lembrando que o fundo de greve é um fundo extraordinário e relacionado apenas ao período de greve.
Reforma da Previdência
A aprovação em segundo turno da PEC 241 abre espaço para o próximo ataque do governo Temer, a reforma da Previdência. Para desconstruir os falsos argumentos que justificariam as mudanças que vão dificultar a aposentadoria, o professor Richard Araújo, do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), dará uma palestra na tenda da greve, no pátio da Reitoria da UFPR, às 10h, nesta quinta-feira (27).
Conjuntura nacional e internacional
A advogada trabalhista e estudante da pós-graduação da UFPR e da UTFPR Gabriela Caramuru foi convidada a abrir a assembleia desta quarta-feira. Ela defendeu o projeto dos trabalhadores e trabalhadoras para sair do quadro de desemprego: a redução da jornada de trabalho.
Gabriela falou sobre a divisão internacional do trabalho como origem da superexploração da classe trabalhadora brasileira. Como o Brasil exporta matérias-primas a preço baixo e importa produtos com tecnologia dos países centrais, o grande empresariado nacional sai no prejuízo.
“Como essa transferência de capital para os países centrais é compensada? Com a superexploração dos trabalhadores. O grande empresariado garante seu lucro através de baixos salários, grandes jornadas de trabalho e intensificação do ritmo de trabalho”, expôs.
O projeto neoliberal do governo Temer para que os grandes empresários e os banqueiros tenham cada vez mais lucro, é retirar direitos dos(as) trabalhadores(as), implantar projetos de terceirização e terceirização, reformar a previdência e cortas investimentos sociais, de acordo a advogada. “Esse é o projeto de 1% dos brasileiros.”
“O projeto da esquerda, o projeto de 99% dos trabalhadores, é a redução da jornada de trabalho, para que sobre trabalho e outros trabalhadores possam ser contratados. Com jornadas menores, a população vai poder ter tempo livre para o lazer e para a família, vai viver mais e ter mais qualidade de vida”, defendeu Gabriela.
Luisa Nucada,
Assessoria de Comunicação e Imprensa Sinditest-PR