Para conquistar uma carreira melhor teremos de lutar. É hora de mostrar a nossa força e mobilização para que as negociações com o governo avancem. Somente com a participação da categoria podemos ser vitoriosos.
Em assembleia geral realizada ontem (31), técnicas e técnicos administrativos em educação da base do Sinditest-PR aprovaram, por unanimidade, a adesão da categoria à Paralisação Nacional da Educação Federal, convocada pela Fasubra, nos dias 7 e 8 de novembro. TAEs da UFPR, UTFPR, Unila e Hospital de Clínicas, paralisarão as atividades por 48 horas pela recomposição salarial, pelo aprimoramento das carreiras, equiparação de benefícios, defesa da Educação Pública e contra a Reforma Administrativa (PEC 32/2020).
“No dia 7, terça-feira, os deputados irão para Brasília, organizaremos atos nos aeroportos de Curitiba e do interior, com cartazes e faixas. Também teremos concentração e atividades no pátio da Reitoria da UFPR. No dia 8 de novembro, quarta-feira, vamos organizar um protesto em frente ao CHC, além de orientações para mobilizações virtuais no intuito de pressionar os parlamentares.”, explicou o coordenador Marcello Locatelli.
Para a direção do Sinditest-PR, a participação presencial nas atividades programadas é imprescindível para demonstrar a força e o poder de mobilização da categoria.
“Precisamos envolver os colegas do local de trabalho, chamar os mais novos para que o dia 7 seja um dia vitorioso nas ruas, nas nossas atividades, mas também para aqueles que hoje fazem o teletrabalho poderem se manifestar”, ressaltou o coordenador Ivandenir Pereira.
“Temos uma ótima proposta de aprimoramento da carreira que já foi apresentada na mesa de negociação com o governo, mas ela só poderá ser conquistada com envolvimento e participação de todos e todas na luta”, ressaltou o coordenador Antônio Neris.
PCCTAE
Outro ponto debatido entre os participantes da Assembleia, foi a proposta de aprimoramento do PCCTAE aprovada pela Plenária da Fasubra no início do mês de outubro. As especificidades do projeto, que já foi apresentado ao governo federal, foram apresentadas pela direção sindical e estão disponíveis tanto na última edição do jornal do Sindicato quanto no canal da entidade no Youtube.
Teletrabalho
Um dos principais temas de preocupação para a categoria, o desenvolvimento do teletrabalho nas três universidades da base, também foi pautado nas discussões. Conforme mencionado pelo coordenador Evandro Castagna, em 23 de agosto, uma instrução normativa na UTFPR foi implementada pela gestão de maneira unilateral, sem consulta aos conselhos superiores. Essa instrução normativa se baseou na última norma publicada pelo governo federal. Antes disso, ao longo de um período de dois anos, as comissões instituídas realizaram estudos e aprofundaram-se na proposta. Durante esse processo, foi estabelecido o Plano Piloto, programado para ocorrer de setembro de 2022 a abril de 2023.
Desde o início, a normativa enfatizou a necessidade de presencialidade, ou seja, a exigência de que haja presença de alguém no local de trabalho para a realização do PGD.
“No primeiro momento, se exigia uma presencialidade de 20% semanal e depois, por pressão de alguns diretores de campus, foi ampliada para 40%. A IN da UTFPR segue com vários problemas que tem a ver com a não disponibilização por parte da Universidade de estrutura mínima, de infraestrutura para o trabalho e ainda com essa questão fundamental que atinge pouquíssimas pessoas, porque por conta da presencialidade o teletrabalho vai ocorrer fundamentalmente nos setores maiores”, explicou.
A coordenadora Fernanda Pereira, lotada na Unila, também deu seu relato a respeito do teletrabalho, que, localmente, conta atualmente com três modalidades: integral, parcial e presencial, uma alternativa para que as técnicas e técnicos não fiquem presas ao ponto.
“A gestão também tentou fazer uma coisa unilateral, mas conseguimos mobilizar a categoria. Hoje estamos em uma outra etapa no nosso PGD, com quase todos os TAEs neste modelo. No entanto, novas adesões ao PGD integral foram congeladas, o que causou uma briga muito grande entre os técnicos e a direção da Universidade”.
A Comissão de Acompanhamento do PGD na Unila está atualmente realizando uma avaliação do programa. O objetivo atual é coletar questionários de toda a comunidade universitária, incluindo técnicos, para avaliar não apenas o atendimento, mas também a saúde mental dos TAEs no PGD. “Com isso foi possível estender a portaria que autoriza o funcionamento do PGD na Unila até o final de março. Isso permitirá que a Comissão conclua seus trabalhos de avaliação e adaptação do PGD de acordo com a instrução normativa do governo federal. Uma mudança significativa no programa é a transição do plano de trabalho individual para um planejamento da macrounidade, um plano de trabalho da equipe, o que foi muito importante”, ressaltou Fernanda.
Na UFPR, o período piloto, obrigatório para comprovar se a instituição consegue se adequar às normas do teletrabalho, já foi concluído. “Todas as atividades aptas ao PGD já podem ingressar na modalidade. Temos algumas polêmicas que estão acontecendo e que nós vamos ter que enfrentar. Essa Reitoria tem esvaziado muito as discussões dos Conselhos, o que prejudica a autonomia universitária. Vamos cobrar das direções da Biológicas, Saúde e Progepe para que cumpram a resolução sem promover o microgerenciamento de chefias, coordenadores e equipe”, pontuou o coordenador Marcello.
Por ampla maioria, a categoria presente na assembleia encaminhou a defesa por parte do Sindicato da obrigatoriedade de extensão da jornada flexibilizada de 30 horas para todos os TAEs que não se adequam aos requisitos do PDG.
“Vamos lutar para que o teletrabalho seja democrático e sem assédio moral”, enfatizaram os coordenadores.
Além dos tópicos anteriores, também foram apresentados informes sobre o Plano de Saúde e a suspensão do adicional de insalubridade. A gravação da assembleia está disponível na íntegra no canal no Youtube do Sindicato.