Em assembleia realizada na última quarta-feira (28), no pátio da Reitoria, trabalhadores e trabalhadoras da base do Sinditest discutiram aspectos da conjuntura nacional – em especial a Reforma da Previdência – e a necessidade de unificação das lutas através de uma frente única para enfrentar os ataques do próximo governo.
A discussão dos(as) servidores(as) abrangeu ainda a questão da jornada flexibilizada de 30 horas, assunto urgente em todas as instituições, além dos informes. Durante a assembleia, também foram eleitos os delegados e delegadas que irão representar a categoria na próxima Plenária da Fasubra, marcada para os dias 7, 8 e 9 de dezembro, em Brasília. Ao todo, o Sindicato levará sete representantes para o evento – dois pela chapa 1, defendida pelo servidor Daniel Mittelbach, e cinco pela chapa 2, cuja defesa foi realizada pelo técnico Marcello Locatelli.
Para Youssef Ali, coordenador do Sinditest, é preciso reorganizar o enfrentamento. “Falo pelo conjunto da direção que a gente tem que tá junto pra travar essa batalha contra a retirada de direitos. Não tem outra forma, não tem outro jeito. Ano passado nós demos um exemplo de como se faz esta luta: é fazendo greve geral, manifestação, indo pra rua, pensando no conjunto da população, fazendo o diálogo um por um com os vizinhos, amigos e familiares. Esta é a única forma de combater, não podemos acreditar em outras fórmulas mágicas. O cenário mudou e não tem saída que não seja pelas ruas”.
Reforma da Previdência
Primeiro ponto de pauta, a Reforma da Previdência preocupa a classe trabalhadora, que sente na carne os efeitos do “ajuste fiscal”. “A avaliação de todas as correntes e grupos políticos que compõem a Fasubra é de que, neste momento, não existe outra forma da gente lutar pela garantia dos direitos dos trabalhadores e da população em geral se não for pela unidade”, informou a coordenadora sindical Mariane Siqueira, que também compõe a direção da federação.
“Nós temos um governo que já tem demonstrado para que veio, na própria campanha as declarações públicas já eram bastante ameaçadoras. Sabemos que nós servidores públicos e também toda a classe trabalhadora do Brasil temos alguns direitos constitucionais muito importantes. A nossa Constituição, desde que foi sancionada, vem sofrendo vários ataques, que começaram com o governo Collor, quando os servidores eram taxados como os grandes marajás. O que é que tem de diferente então com o governo do Bolsonaro? Hoje, a equipe de transição chega com um aspecto, uma ideologia muito neoliberal de congelamento de gastos, de corte do serviço público. Bolsonaro tem apresentado várias medidas que só parecem neoliberais, mas não é só isso. A nomeação de ministérios e de grandes cargos nomeados por generais por si só já é uma questão muita assustadora”, alertou a diretora sindical.
Jornada flexibilizada de 30 horas
Lançada pela PROGEPE no início desta semana, a portaria nº 643/Reitoria, de 26 de novembro de 2018, começa a repercutir entre os servidores da UFPR. O documento dispõe sobre as regras que estabelecem as condições de implantação, em regime de exceção, da jornada de trabalho de 30 (trinta) horas semanais e 6 (seis) horas diárias.
“O conteúdo desta portaria diz que o procedimento tem que passar pela chefia imediata, que deve encaminhar o formulário juntamente com o estudo de viabilidade. Depois disso vai para o Conselho Setorial, que também tem que aprovar. Esse Conselho analisa e encaminha para a PROGEPE e depois para o Reitor. Esse é trâmite básico que terá que ser feito a partir dessa portaria emitida”, detalha o servidor Marcello Locatelli, integrante da chapa eleita para a próxima gestão do Sindicato.
Ele completa: “nós só saberemos os efeitos desta portaria quando ela, de fato, entrar em vigor”.
Debate Escola sem Partido
O Sinditest convida a sua base para o debate sobre a Lei da Mordaça, mais conhecido como “Escola sem partido”. O evento, organizado pelo Comitê contra a Violência e a Intolerância, acontece na próxima terça-feira, dia 4 de dezembro, às 18 horas, no Pátio da Reitoria.
O sindicato apoia a iniciativa, que traz para a mesa o reitor da Universidade professor Ricardo Marcelo da Fonseca; o professor Hermes Silva Leão, presidente da APP-Sindicato e o professor Valério Arcary, da IFSP.
Não pode comparecer à assembleia? Clique aqui e assista a gravação na íntegra.