Após anos de exploração do trabalho feminino nas fábricas e o silenciamento dos sindicatos, nossa luta tomou voz no século XIX. Em 1910, a líder política Clara Zetkin, percebendo a força das mulheres, sugeriu que uma data fosse instituída. Em 1975, a Assembleia Geral das Nações Unidas convidou todos os Estados a declarar 8 de Março como o Dia Internacional dos Direitos da Mulher.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil já tem a quinta maior taxa de feminicídios entre 84 nações pesquisadas.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2019, em 2018 foram 1.206 casos de feminicídio no Brasil. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do estado do Paraná, foram 61 feminicídios em 2018 e 73 de janeiro a outubro de 2019.
Em 2018 a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) constatou uma intersecção entre essa violência, pois vivemos em um país estruturalmente racista e é preciso considerar que racismo e machismo caminham juntos e refletem no aumento generalizado de homicídios de mulheres negras, principalmente entre aquelas que moram na periferia.
A luta do feminismo precisa considerar a realidade de todas as mulheres. Parafraseando Angela Davis, ou o feminismo será plural, interseccional, antirracista, abolicionista e anticapitalista ou não será.
Por isso esse ano o mote de nossa marcha será: AS MULHERES DA FAVELA EXIGEM PAZ.
“Direitos humanos não se pedem de joelhos, se exigem em pé”
Convidamos você para o 8 de Março – Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras. Venham todas! Trabalhadoras, donas de casa, desempregadas e sem teto; indígenas, negras e brancas; cis, trans e não-binárias; sobrepeso, deficientes e dependentes químicas; imigrantes e refugiadas; de todas as orientações religiosas; estudantes, universitárias; mães, idosas, adolescentes e crianças; moradoras de todas as regiões de Curitiba e Região Metropolitana feministas e demais. Mulheres diversas com uma luta em comum: contra o machismo, o racismo e a opressão de gênero!
Precisamos da força de TODAS AS MULHERES para garantir nossa PAZ, liberdade, dignidade e o direito ao trabalho, terra, educação, saúde, segurança, saneamento, livre crença religiosa, planejamento reprodutivo e igualdade de gênero.
Programação
8h – Concentração na Rua Santa Zita 281, no Parolin (em frente ao Residencial Araguai).
9h – 1º Ato – Denuncia da violência que atinge a favela, na Santa Zita, 281 (em frente ao Residencial Araguai)
9h30 – Saída da marcha.
2º Ato – A exploração do trabalho, em frente ao Supermercado Extra, na Av. Kennedy.
3º Ato – Educação e Moradia, enfrente à escola municipal que tem na Lamenha Lins.
4º Ato – neste ato que será no final da marcha vamos falar sobre a Paz que queremos e como vamos construir.
Com a parricipação da Bloca Feminista Ela Pode/Ela Vai.
12h – Previsão de finalização da marcha.