Ao menos 10 mil pessoas compareceram ao segundo ato contra o aumento da passagem realizado nesta sexta-feira (16), em São Paulo que, assim como o anterior, foi marcado por muita violência por parte da polícia. A manifestação concentrou-se na praça do Ciclista, Paulista, e teria como trajeto a Rua da Consolação, a sede da Prefeitura e a Secretaria dos Transportes. Entretanto, a violência policial não permitiu que o ato cumprisse seu destino final.
Já na Prefeitura, a PM começou a disparar bombas contra os manifestantes desarmados. Novamente balas de borracha, spray de pimenta e violência. Ao menos oito pessoas foram presas.
Durante todo trajeto o protesto foi tensionado com ações da PM (veja aqui), que isolava quem considerasse “suspeito” para averiguação e possível apreensão. Há relatos do Movimento Passe Livre (MPL) de que uma pessoa foi levada, pois portava uma roda de skate na mochila.
A manifestação contou com projeções na fachada da prefeitura que parodiavam letras de música e incitavam palavras de ordem contra a tarifa. Uma imagem com o prefeito da cidade e as palavras “Je suis catraca” em tradução livre “eu sou catraca” arrancou muitos aplausos dos manifestantes. Com um megafone, um militante falava e outros milhares repetiam as reivindicações contra o aumento, alertavam que a cidade continuaria se mobilizando até a revogação do aumento.
A Assembleia Nacional de Estudantes Livre (Anel) e diversos outros movimentos de esquerda participaram do ato e marcaram protestos em diversos estados e classificaram a data como Dia Nacional de Lutas contra o aumento da passagem e repressão. Em São Paulo, a estudante Letícia Alcantara, da Anel, destacou o caráter nacional com atos em diversas outras capitais e cidades do interior. “Esse ato é uma resposta à repressão. Vamos dizer que a gente quer a redução da tarifa e, para além disso, a manifestação é um direito, queremos estar na rua, sem repressão da polícia”.
A Anel declarou nas redes que considerou “inadmissível a repressão hoje no ato em São Paulo. Haddad e Alckmin transformaram o centro de São Paulo num palco de guerra. Mais uma vez há ativistas presos e feridos. A repressão não vai nos calar. Não aceitaremos o aumento das tarifas! Estamos na rua em defesa do Passe Livre nacional!”.
A atividade contou com a participação de trabalhadores organizados pela CSP-Conlutas, Movimento Mulheres em Luta, Quilombo Raça e Classe, bem como do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, entre outras entidades.
Além de São Paulo, também houve protestos pelo Dia Nacional de Lutas contra o aumento da passagem e repressão em São José dos Campos, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Aracaju, Florianópolis, Vitória e atividades em Porto Alegre, Manaus e Juiz de Fora.
A próxima manifestação contra o aumento da passagem em São Paulo será terça-feira (20), na Praça Silvio Romero, Tatuapé.
Fonte: CSP-Conlutas