Em assembleia nesta quinta-feira a categoria FUNPAR/HC decidiu entrar em estado de greve. O indicativo de greve foi adiado para terça-feira (26), após o resultado de nova reunião de negociação, marcada para segunda-feira (25), desta vez com o Reitor Zaki Akel, chamado pela comissão patronal. Os (as) trabalhadores (as) rejeitam a proposta de 5,85% do patrão e lutam para que o reajuste salarial cubra a inflação do período e das perdas acumuladas (a serem pagas em duas parcelas), que chega num índice de 11,63%.
Trabalhadores seguem na negociação em estado de greve.
Josimery Paixão, assessora jurídica do Sinditest, relatou que somente diante da mobilização dos trabalhadores, indicando a deflagração da greve, a comissão patronal recuou e ligou na tarde ontem para agendar a reunião com o Reitor. “Estamos num processo de negociação e estamos dispostos a negociar, mas queremos respeito. O mínimo que a FUNPAR pode oferecer é a inflação.” Josimery pontuou que o prazo da data-base já venceu e que caso a nova proposta não comtemple a categoria, o mais provável é que os trabalhadores encaminhem a negociação em greve.
Josimery Paixão assessora as negociações do ACT 2015/2016.
Novamente, sem poder reservar sala ou auditório no Hospital de Clínicas, os (as) trabalhadores (as) tiveram que se reunir do lado de fora, pois o interdito proibitório, solicitado na justiça pelo Reitor e pela Direção da EBSERH/HC, retira o direito que os fundacionais tem de se reunir dentro do próprio hospital. Maria Aparecida de Oliveira (Cida), diretora do Sinditest, lamentou a situação e disse que os fundacionais estão há mais de décadas carregando o “piano no HC” e recebem em troca o desprezo da administração. Ela lembrou aos colegas também sobre o acordo de demissão, que pode ser cumprido a qualquer momento: é exatamente isso que eles querem, querem ver a gente fora do HC.
Os (as) trabalhadores aproveitaram o fórum para denunciar o atraso no pagamento. Se antes da entrada da EBSERH o pagamento era feito no máximo até o segundo dia útil do mês, agora o pagamento é realizado até o quinto dia útil ou está sendo depositado com atraso, como aconteceu no mês de janeiro. O principal problema enfrentado com o atraso no pagamento é que os trabalhadores estão acumulando multas em diversos boletos de cobranças. “A gente fica com as contras atrasadas e ninguém vai pagar as multas de atraso pra gente”, desabafou uma trabalhadora. A Cláusula 9ª do ACT 2015/2016 prevê que a o pagamento seja feito até o segundo dia útil, mas é preciso ainda garanti-la na negociação para que ela entre em vigor.
A Comissão Obreira irá representar os trabalhadores na reunião no dia 25 de maio. Uma nova assembleia está marcada para terça-feira, dia 26 de maio, às 07h00 em primeira chamada e 07h30 em segunda chamada, em frente ao Hospital de Clínicas.
Carmen Luiz Moreira, diretora do Sinditest, em entrevista hoje pela manhã, falou sobre a luta da categoria
Adriana Possan
ASCOM Sinditest