Em assembleia geral realizada hoje (25), técnicas e técnicos administrativos em educação (TAEs) da base do Sinditest-PR aprovaram, por unanimidade, o estado de greve, orientação da Fasubra em razão dos impasses no andamento das negociações com o Governo, e o calendário de lutas para o próximo mês.
O estado de greve é um instrumento político que avisa o governo de uma iminente paralisação, além de alertar sobre a insatisfação da categoria com as condições de trabalho e negociações. Este indicativo permite que as federações e sindicatos tenham mais liberdade para articular as mobilizações e deflagrar greves, de modo ágil e legal.
“Precisamos mostrar quem são os técnicos das universidades, como nós somos importantes e partir para uma greve forte, mesmo os colegas que estão em teletrabalho na Unila, na UTFPR e UFPR, e paralisar, porque só unidos conseguiremos avanços. Historicamente, somente por meio das greves da categoria que nós conquistamos nossos direitos. Vamos ser corajosos e ir à luta!”, afirmou a coordenadora sindical Elis Ribas.
Durante a assembleia, a direção sindical apresentou a proposta do governo na Mesa Nacional de Negociação Permanente, que não prevê reajuste salarial para este ano. O reajuste proposto consiste em 4,5% para 2025 (sendo efetiva somente a partir de maio) + 4,5% para 2026, totalizando 9% em dois anos. No entanto, o Fonasefe apresentará contraproposta na próxima mesa, sendo 10,34% para 2024 + 10,34% para 2025 + 10,34% para 2026. A proposta do governo prejudica, sobretudo, pensionistas, aposentadas e aposentados, que não recebem outros benefícios, como o vale alimentação.
Reajuste dos benefícios (virão na folha de Maio/2024)
Vale alimentação: De R$ 658,00 para R$ 1.000,00.
Per capita saúde: De R$ 144,00 para R$ 215,00.
Auxílio-creche: De R$ 321,00 para R$ 484,90, a partir de maio de 2024.
“É inaceitável e um desrespeito propor reajuste zero. Precisamos ter um padrão mínimo para as negociações, de modo que não inflame mais a nossa defasagem salarial. Ou seja, estabelecer um piso para que o valor de reajuste abranja os índices inflacionários, fator que afeta diretamente os salários e o nosso poder de compra”, afirmou o coordenador Ivandenir Pereira.
“A gente tem que ter consciência que nenhum governo irá garantir as perdas salariais espontaneamente, isso depende muito da pressão e da nossa organização política. É necessário dialogar com a população para demonstrar a importância da carreira dos trabalhadores que fazem o serviço público ser uma realidade no país”, declarou o coordenador Máximo Colares.
Foi aprovada, por unanimidade, a deflagração do Estado de Greve, a contraproposta do Fonasefe (10,34% para 2024, 2025 e 2026) e, ainda, que o reajuste de 4,5% (proposto pelo governo) seja acrescido do índice de preços ao consumidor (INPC) — caso o Governo não seja flexível na negociação, a partir da contraproposta — e o reajuste dos benefícios contemple a isonomia entre as carreiras do executivo, legislativo e judiciário, para 2025 e 2026
Calendário de luta
Em 22 de fevereiro, dia de Paralisação Nacional da categoria, a Fasubra e o Sinasef se reúnem com o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) na 3ª Mesa Específica e Temporária, para tratar sobre a carreira. A partir desta data, as entidades sindicais da base da Federação devem se mobilizar e convocar novas assembleias para deliberar sobre a contraproposta do Governo para a Carreira, conforme for o proposto, e se não contemplar as reivindicações, será discutida a deflagração de greve com a categoria. A Fasubra prevê que, em caso de greve, as técnicas e técnicos administrativos devem paralisar as atividades por volta do dia 11 de março.