Em assembleia geral realizada ontem (23), técnicas e técnicos administrativos em educação da base do Sinditest-PR, reunidos presencialmente no pátio da Reitoria da UFPR e de maneira virtual na plataforma Zoom, deliberaram pela não deflagração, neste momento, da greve por tempo indeterminado dos servidores públicos federais. A decisão da categoria foi motivada, sobretudo, pelos informes da Fasubra – segundo Toninho Alves, coordenador geral da Federação, a orientação atual é de construção e fortalecimento do movimento paredista em todo o país.
“Para a nossa surpresa, na última sexta-feira, vários Sindicatos do Fonasefe sinalizaram que não teriam condições de apontar a deflagração da greve no dia de hoje. Como a nossa deliberação nacional de plenária é greve unificada ou, no mínimo, do setor da educação, tivemos que readequar o nosso calendário”, explicou o dirigente.
Aprovado pela maioria dos participantes da assembleia, o novo calendário de lutas prevê dois dias de paralisação – o primeiro na última quinta-feira de março, dia 31, e o segundo no Dia Mundial da Saúde, em 07 de abril. Clique aqui e confira o ofício enviado às Reitorias.
“A greve é necessária e o fato da gente não ter hoje um contexto unificado nacional nos coloca uma tarefa, que é a tarefa de que as mobilizações nas nossas universidades, do nosso sindicato, da nossa categoria, sirvam como um ponto de apoio para estimular essa unificação nacional do calendário que está desenhado pros próximos dias. Essa é a direção que nós temos que apontar para poder fortalecer esse movimento”, afirmou Marcello Locatelli, coordenador jurídico do Sinditest-PR.
Além da programação citada, até 1º de abril serão realizadas assembleias e atividades nos estados, com o envio de representantes sindicais para vigília em Brasília junto ao prédio do Ministério da Economia nos dias 29, 30 e 31 de março. Filiadas e filiados interessados em participar desta mobilização deverão entrar em contato, o quanto antes, com a secretaria do Sindicato.
“Aumentar a pressão sobre o governo é importante. A data final de reajuste, segundo o governo, é dia 4 de abril, porém existem outras formas do governo conceder a reposição até julho, como o reenquadramento de carreira. Nem tudo está perdido, depende da nossa luta. Não existe reajuste sem mobilização e luta, então precisamos criar o caldo entre nós e a partir daí conquistar a recomposição salarial”, concluiu Toninho.
Frente às mudanças no indicativo de greve, as técnicas e os técnicos também encaminharam a constituição de duas comissões para construção de pautas locais – uma específica para o Hospital de Clínicas e outra abordando os problemas gerais das Universidades da nossa base, e de um Grupo de Trabalho que fará um estudo sobre o preço cobrado nos RUs da UFPR.
“A greve não está descartada, só não foi possível construí-la de maneira unificada por conta do descompasso e da dificuldade que é você conseguir unificar o funcionalismo público em âmbito nacional para conseguir sair juntos, unificados, para poder enfrentar essa reivindicação que é mais que legítima, mais do que é justa, e necessária”, endossou Locatelli.