As coordenadoras do Sinditest Rosaninha Silva e Palmira Donda são as novas integrantes do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Curitiba (CMDM), composto por 40 conselheiras titulares e suas respectivas suplentes, oriundas de entidades da sociedade civil organizada (60%) e também do poder público municipal (40%). As dirigentes sindicais, que integram ainda as comissões de Violência e Saúde, Direitos Sexuais e Reprodutivos, representarão as mulheres da base do Sindicato até 2022, quando se encerra a atual gestão do CMDM, cujo mandato é de três anos.
Para Rosaninha, a participação neste Conselho é fundamental e está alinhada com o histórico de lutas do sindicato, que desde a sua fundação é referência nacional tanto em causas setoriais e quanto na defesa estrita da classe trabalhadora. “É um espaço político importante, onde nós podemos avaliar, debater e fiscalizar como são tratados os direitos da mulher, e desta forma, conseguimos lutar e nos empoderarmos para que realmente todas as conquistas das mulheres de Curitiba sejam colocadas como por direito. Eu acredito que talvez seja uma oportunidade única de aprender, de reconhecer e fazer valer um direito para todas aquelas que possamos representar como conselheiras”.
Já Palmira reforça que na medida que mulheres do Sinditest estão participando do Conselho, consequentemente as técnicas da base e suas demandas também estarão inseridas neste espaço de luta. “Através dessa representatividade, as mulheres da base podem nos acessar para que sejamos a voz delas nas reivindicações, interesses e informações a respeito das pautas femininas na cidade de Curitiba”, pontua.
Durante a reunião, realizada no dia 25 de fevereiro, um novo regimento para o CMDM foi debatido e aprovado. Este documento visa fornecer as diretrizes para atuação das conselheiras e será publicado pela Prefeitura de Curitiba.
Violência contra mulher cresce durante a pandemia
No que se refere à violência contra a mulher, a situação em todo o estado é preocupante. De acordo com dados do Ministério Público do Paraná, somente no ano passado foram registrados 217 inquéritos de feminicídio (tentativas e crime consumado), um aumento de 3,8% em relação à 2019. Em Curitiba, a situação é igualmente preocupante, com crescimento de 30% nos casos. Ainda segundo o MP, neste ano a cada dois dias uma tentativa ou feminicídio foi consumado no Paraná.
“Nosso trabalho se orienta no sentido de mudar este quadro. Sabemos que para isso precisamos construir uma sociedade que amplie o acesso às mulheres à cidadania, que repudie o machismo e que coloque a igualdade entre os gêneros como uma prioridade”, finaliza Rosaninha.