Alguns setores da sociedade (inclusive o Governo Federal) não cansam de atacar as universidades públicas. Então, vamos mostrar para geral como esse papo não passa de desonestidade intelectual
“Que faaaase”, já gritava o narrador esportivo. E não é para menos, só de lembrar do ministro da educação Abraham Weintraub, famoso por (pasmem!) ressuscitar a palavra “balbúrdia”, as mentiras só aumentam.
Ainda mais depois daquelas transmissões via web com um guarda-chuva em punho e destilando péssimas ideias. Enfim, não precisa nem entrar no mérito daquela tentativa frustrada de somar e dividir uma meia dúzia de bombons Sonhos de Valsa ao lado do seu mandatário mor.
Falar em ensino superior público e de qualidade no Brasil deveria ser motivo de orgulho, pelo menos quando se trata das universidades federais do Paraná. Mas as coisas não são bem assim. Principalmente quando o assunto é fake news. Nesse quesito, a turma das esplanadas, lá em Brasília, deve ter mestrado e doutorado (igualmente fake, óbvio). Principalmente porque nunca se viu tamanho embate contra as instituições que movem a ciência e a tecnologia no país.
Para entender as razões que levam o presidente Jair Bolsonaro e seus ministros utilizarem as fake news como arma política, é preciso ter clareza de que há, por trás de todo discurso demagógico, uma intenção econômica para privilegiar certos grupos (e podem ter certeza de que não são os trabalhadores).
Noam Chomsky, considerado o “o pai da linguística moderna”, filósofo, sociólogo, cientista cognitivo, comentarista, ativista político norte-americano e reverenciado em âmbito acadêmico (mas também odiado pela turma do governo que odeia os intelectuais que nem conhecem) explica: “Essa é a técnica padrão da privatização: corte o dinheiro, certifique-se de que as coisas não funcionam, de que as pessoas fiquem zangadas, então entregue ao capital privado”.
Esta referência é oportuna para explicar o caminho do desmonte do ensino público escolhido pelo governo Bolsonaro. E por isso, desde o começo do ano, o governo tem usado sua milícia digital para atacar as comunidades das universidades federais (e isso inclui todos nós, TAEs) com uma quantidade enorme de mentiras.
Qualidade?
Quando o assunto é investimento, o Governo Federal deixou a educação superior em estado vegetativo. Mas quando se fala em qualidade, aí chegam as universidades públicas e desmentem o governo, contrariando as estatísticas fakes…
Olha só: a Universidade Federal do Paraná sagrou-se a quinta melhor universidade federal do Brasil. Dado divulgado pelo Ranking Universitário da Folha (RUF) em 7 de outubro. No ranking geral, a instituição paranaense está na 8ª posição. O quesito em que a UFPR mais se destacou foi Inovação, 3º lugar geral.
Foram avaliadas 196 instituições na edição deste ano e a UFPR está bem na foto, em todos os quesitos. É a 9ª colocada em Ensino, 12ª em Pesquisa e também em Mercado; e 29ª no item Internacionalização.
Além disso, a UFPR está entre 15 universidades públicas que produzem 60% da ciência brasileira. É a oitava colocada, conforme relatório da empresa Clarivate Analytics. Entre 2013 e 2018, período analisado, a UFPR teve 21.765 trabalhos publicados na base de dados Web of Science.
A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) também está entre as 50 melhores instituições do país, segundo o RUF.
Olha, e o que dizer depois desses dados?
O Governo Bolsonaro sabe disso e conhece esses números. Mas isso não interessa para eles, afinal, acabar com as universidades públicas é uma das metas daquele grupo político. Eles possuem aversão ao conhecimento científico, ao pensamento crítico e ao espaço democrático, que são marcas das universidades federais.
Os espaços universitários não são sinônimo de sexo e drogas, mas sim de produção científica e valorização do conhecimento. Bem distantes das fake news do governo.
Além disso, as universidades públicas devolvem para a sociedade todo o investimento feito, em forma de soluções para os problemas que afetam a população.
Já o ministro da educação, bom, ele bem que poderia conhecer mais a obra de alguém como Paulo Freire e começar a valorizar a educação. Mas aí seria pedir muito, até porque, não é fácil sair da questão das notícias falsas e entrar no campo das notícias impossíveis.
Fonte: Sindiest-PR