Não teve jeito, a disputa entre os trabalhadores em educação e os empregadores acabou na Justiça do Trabalho
A Condsef/Fenadsef encerrou agenda de assembleias em 3 de outubro e a maioria dos trabalhadores da Ebserh optou por ACT em dissídio coletivo. Significa que a categoria não concordou com a proposta enviada pela Empresa e o Acordo será julgado na Justiça do Trabalho. Em casos como esse a base está condicionada a não realização de greve.
Para a diretora do Sinditest-PR, Christiane Pereira, o processo mais uma vez se desgastou: “ver um espaço ligado ao ensino público perder para a lógica de mercado é inaceitável. É a qualidade na educação e do atendimento à população que está em jogo e consequentemente o nosso futuro como trabalhadores em educação”.
O histórico de negociação entre Condsef/Fenadsef e Ebserh já soma seis dissídios. Para o advogado dos trabalhadores, Valmir Vieira de Andrade, o equilíbrio nessa relação se perdeu e é revoltante o fato da categoria ter que recorrer ao TST já sabendo que, em caso de dissídio, não haverá aumento real.
Vale lembrar que a empresa ofereceu 70% do percentual do INPC, aproximadamente 2,76%, ou seja, nem a inflação do período foi colocada na mesa de negociação.
ACT 2019/2020
A luta é coletiva. Saiba as bases que aprovaram o dissídio coletivo:
::Mato Grosso do Sul (Campo Grande e Dourados);
::Tocantins (Araguaína);
:: Bahia (MCO e Hupes);
:: Paraná (Curitiba);
:: Mato Grosso (Cuiabá);
:: Sergipe (Aracajú);
:: Distrito Federal (Sede e HUB);
:: Maranhão (São Luís);
:: Minas Gerais (Uberaba).Tendo um total de 12 (doze) assembleias que aprovaram esta proposta.
Dia a dia
A vida dos servidores públicos na área da educação nunca esteve tão difícil. Atualmente o setor sofre com cortes orçamentários do Ministério da Educação (MEC) às universidades e é consenso que há um processo de desmonte no ensino superior público brasileiro.
Programas como o Future-se caminham na contramão da educação de qualidade, pois têm o objetivo de sucatear o ensino e direcionar, principalmente a pesquisa, para os interesses do mercado, além de atingir a autonomia universitária das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) e deixar de lado a extensão.
Também o Decreto 9.991/2019 dificulta acesso dos técnicos administrativos para a licença, capacitação e afastamento para mestrado e doutorado.
Esse é o atual governo federal, que caminha contra tudo que é público e contra qualquer medida que beneficie a classe trabalhadora.
Fonte: Sinditest