Comunidade da UFPR aponta para greve unificada

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RU Central lotado, muitos olhos e ouvidos atentos ao movimento. Em assembleia comunitária de greve, técnicos, professores e estudantes se reuniram para discutir o ajuste fiscal do Governo Dilma (PT). Para os próximos passos, categorias apontam unificação da luta. Sara Granemann, docente da UFRJ, foi convidada para ventilar o debate.

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Sara compõe o Comando Local de Greve da UFRJ.

De sua investigação e experiência na Itália e Portugal Sara relatou o que tem acontecido há pelo menos 10 anos na educação pública daqueles países, principalmente nas carreiras técnicas: um enxugamento das categorias – e para isso interrupção de concursos públicos, instabilidade nos cargos, menores salários e aumento da jornada de trabalho. “Eles têm lá o Projeto Bolonha, que é mais ou menos o que tem sido para nós o REUNI”, afirma. Ela também criticou o investimento no FIES em detrimento de investimentos na educação pública.

Amanhã (12) terá início a greve dos docentes da UFPR, somando-se à paralisação dos TAE’s que já dura 76 dias. “O que está em jogo aqui é a condição de vida dos trabalhadores e dos estudantes, da educação e da saúde. Quando o governo fala em reduzir gastos públicos é de nós que ele está falando”, colocou Carla Cobalchini, do Sinditest. “A gente quer construir o Agosto Vermelho com os professores e estudantes ao nosso lado”.

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Carla: “Não tem previsão de recurso nas univrsidades porque ele foi roubado de nós”.

A Frente de Mobilização Estudantil do Paraná, composta por diversos coletivos, declarou apoio à greve dos servidores e dos professores. Na próxima terça (18) os estudantes farão assembleia para discutir sua entrada na greve. A estudante Amanda Coelho declarou que com os cortes de bolsas sofridos não há mais condições dos alunos manterem-se na universidade. Amanda questionou a postura do DCE da UFPR, dirigido atualmente pela UNE, e conclamou a entidade para construção da greve estudantil na instituição.

A UTFPR esteve presente com representantes de 11 dos 12 campi que estão em greve no momento. Ontem as aulas foram retomadas na instituição, mas os técnicos denunciam que por falta de verbas houve aula acontecendo nos canteiros de obra. “Ou nós unificamos, ou o governo nos impõe uma derrota. Nós trabalhadores e estudantes devemos apresentar uma pauta progressista para o país”, defendeu Weslei Trevisan, da UTFPR de Londrina. Os docentes da UTFPR discutirão nas próximas semanas a possibildiade de entrada na greve, segundo o sindicato da categoria.

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Dos 13 campi da UTFPR, em 12 os TAE`s estão em greve. 

Amintas de Barros parada

A Assembleia Comunitária terminou na rua Amintas de Barros, que ladeia a reitoria da UFPR. A comunidade trancou a rua para chamar a atenção da população para a luta contra o ajuste fiscal de Dilma e pela valorização da universidade pública e dos trabalhadores em educação. Para o movimento a construção da greve geral é o caminho.

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Professores e técnicos do Instituto Federal do Paraná – campus de Paranaguá, iniciaram greve ontem e vieram para a assembleia declarar apoio ao movimento.

Hospital de Clínicas, um ano de EBSERH

Carla Cobalchini lembrou que há cerca de um ano, em agosto passado, o Conselho Universitário, comandado pelo reitor Zaki Akel, privatizou o Hospital de Clínicas com repressão policial, prisão arbitrária de um estudante e votação pelo telefone celular. “Depois de um ano não tem dinheiro novo, não tem servidor novo, falta material básico, o banco de sangue está emprestando equipamentos do Hemepar e tem cirurgia sendo cancelada, mas não é por causa da greve.” Carla denunciou o descaso com os trabalhadores fundacionais, que mais uma vez receberam férias e salário com atraso. Hoje no HC cerca de 300 trabalhadores e trabalhadores contratados pela terceirizada Hamirizi estão em greve por atraso de salário. “Temos aqui dentro da universidade uma prática de invisibilizar os trabalhadores terceirizados”, criticou Carla.

Confira no FACEBOOK do Sinditest todas as FOTOS da ASSEMBLEIA COMUNITÁRIA.

Por Adriana Possan
Fotos por Sandoval Matheus e Adriana Possan
Assessoria de COmunicação do Sinditest

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