Em uma reunião com empresários em Belo Horizonte, o secretário-geral de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, confirmou o que o histórico recente de descaso do Governo Federal com os servidores públicos já indicava: o plano é que não sejam realizados novos concursos públicos até o fim do Governo Bolsonaro.
Dias depois, em 22 de junho, o próprio presidente confirmou a informação, afirmando que não investirá na realização de processos seletivos. Ele também relacionou a abertura de novos postos de trabalho à aprovação da Reforma da Previdência, em mais uma tentativa de vincular a criação de políticas públicas para resolver problemas prioritários do país à destruição da seguridade social.
A expectativa de que novos editais não sejam abertos nos próximos anos é preocupante porque, de acordo com a informações do próprio Ministério da Economia, 35% dos servidores públicos federais que hoje estão na ativa devem se aposentar até 2022.
Um aprofundamento dessa dimensão na defasagem do quadro de efetivos do funcionalismo irá afetar a qualidade e a velocidade de todos os serviços públicos oferecidos à população, e gerar uma grande sobrecarga de trabalho para todos os trabalhadores e trabalhadoras que irão herdar as atividades daqueles que se aposentarem.
Descaso com a população
As declarações são mais uma demonstração do descaso do Governo Federal essenciais para a população e com os servidores, que dedicam suas vidas e sua força de trabalho ao interesse coletivo, garantindo que o país funcione de maneira organizada, atendendo às necessidades mais básicas da população, como educação e saúde.
Nenhum país se tornou desenvolvido sem tratar seus cidadãos com respeito e dignidade, e isso inclui a valorização dos órgãos públicos e das atividades realizadas por cada servidor que compõe seu quadro funcional.
“É importante termos consciência de que este é apenas mais uma etapa do projeto do Governo Federal em direção à destruição completa dos serviços públicos. Isso terá reflexos no atendimento às necessidades da população e para os servidores, que ficarão cada vez mais sobrecarregados”, explica o coordenador-geral do Sinditest-PR, Daniel Mittelbach.
Fonte: Sinditest-PR